Resumo:
A tese apresenta resultados de pesquisa realizada com educadores e educadoras sociais que atuam no Serviço de Convivência e Fortalecimento de Vínculos em quatro organizações: duas não governamentais e duas governamentais. Foi concebida a partir de metodologias participativas: observações participantes e entrevistas compreensivas – estas tratadas sob os pressupostos do discurso do sujeito coletivo. O objetivo foi perceber e analisar quais práticas educativas ou práticas pedagógicas foram desenvolvidas com a finalidade de verificar como elas contribuem para o enfrentamento da vulnerabilidade social de crianças e adolescentes. Nesse intuito, foram realizadas observações participantes e entrevistas, além de uma análise das políticas de assistência social em nível nacional para, em seguida, no nível local, se concentrar na cidade de Novo Hamburgo/RS. Os sujeitos da pesquisa são educadores e educadoras sociais que atuam na Proteção Social Básica, mais especificamente no Serviço de Convivência e Fortalecimento de Vínculos. Durante as observações participantes, houve a percepção de que os trabalhos poderiam ser observados sob mais de uma perspectiva teórica que parecia dialogar. As teorias que a embasam são denominadas críticas e a educação foi percebida como plural: (1) educação não escolar; (2) educação popular; (3) educação social crítica; e (4) educação permanente. As análises dos dados produzidos foram confrontadas com a teoria e com o conjunto normativo-jurídico que rege a política de assistência social. O enfrentamento das vulnerabilidades sociais não é uma opção, é um dever e a razão de ser do Serviço de Convivência. Por isso foram observadas e analisadas as práticas, as quais, percebeu-se, ora contribuírem ora não contribuírem com esse dever. Destaca-se o papel pedagógico da participação como fator fundamental para esse enfrentamento. São sugeridos temas a serem aprofundados em função da pesquisa, além de uma contribuição propositiva do campo educacional para o da política de assistência social.