Resumo:
A temática apresentada nesta tese está relacionada à cultura digital na formação técnica de cursos não pertencentes à área da Tecnologia da Informação. Os(as) participantes da pesquisa são professores(as) e alunos(as) desses cursos do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Sul (IFRS), campus Porto Alegre, com quem se buscou responder quais os significados da cultura digital em sua formação técnica. O objetivo geral foi compreender as intencionalidades e as contribuições da cultura digital numa formação emancipadora, no contexto contraditório do mundo do trabalho, nos cursos técnicos não diretamente relacionados à área da Tecnologia da Informação do IFRS/POA. A pesquisa, de caráter qualitativo, utiliza como metodologia a pesquisa-ação crítica com base em Fals Borda, Paulo Freire, Carlos R. Brandão e Maria A. Franco. O estudo traz, no referencial teórico, categorias centrais como tecnologia, cultura digital e cibercultura, a partir dos estudos de Vieira Pinto, Lévy e Lemos, respectivamente; emancipação digital com a visão de Schwartz; e formação profissional, com olhares de Saviani, Frigotto e Pacheco. Quanto à metodologia de análise e interpretação de dados, optou-se pela Análise de Conteúdo conforme Bardin e Gill. Como resultados, verificou-se que cultura digital ou cibercultura é tratada, de forma geral, como sinônimo de dispositivos tecnológicos os quais exercem o protagonismo em detrimento da ação humana. Nesse contexto, a emancipação digital é entendida como o domínio dos dispositivos digitais, na compreensão de que no cenário tecnológico contemporâneo global as dinâmicas sociais, além do próprio mundo do trabalho, estão em permanente transformação. Em relação às formações profissionais, os(as) estudantes e professores(as) tratam-nas mais com um viés utilitarista, no sentido de empregabilidade, e menos como uma formação unitária, integral e cidadã.