Resumo:
A pesquisa objetiva discutir, em um processo analítico interpretativo, o panorama da produção acadêmico-científica brasileira sobre o Plano de Ações Articuladas (PAR). Tal política destacou-se pela proposta de articulação entre os municípios, os estados e a União na realização de diagnósticos da educação básica e elaboração de planos de ações que pudessem ser desenvolvidos para que as metas educacionais fossem melhoradas. A tese aqui defendida afirma que o PAR é um tema recorrente na produção dos Programas de Pós-Graduação brasileiros, ademais, os processos de implementação são pouco teorizados e discutidos mesmo nesta política de abrangência nacional. A justificativa da pesquisa considerou identificar e conhecer os trabalhos desenvolvidos em relação a essa forma de planejamento educacional da educação, bem como, apontar as questões que ainda merecem ser investigadas. O problema proposto considerou a expansão do conhecimento e a crescente necessidade de legitimação das políticas públicas. A análise envolveu a implementação das políticas educacionais e as suas relações com a educação pública destacando como o PAR foi compreendido e discutido nas produções acadêmico-científicas no período de 2007 e 2017. O referencial teórico baseou-se nas contribuições de autores que fundamentam a análise de políticas, a noção de planejamento educacional, bem como de estudos que discutem a produção do conhecimento em políticas educacionais. A pesquisa de natureza qualitativa teve como suporte metodológico o estado da arte que permitiu a revisão sistemática de teses, dissertações, artigos de periódicos e a produção em livros no todo ou em parte. A estratégia descritiva e analítica a partir dos procedimentos de coleta e registro dos dados permitiu elencar três dimensões de análise: a primeira bibliométrica que apresenta a construção e análise de indicadores sobre a produção do PAR. A segunda dimensão, produção científica, destaca os aspectos teórico-metodológicos das pesquisas e identifica como foram produzidas. A terceira, consubstancia-se na análise do PAR como política pública. Esse formato possibilitou analisar como essa política educacional foi compreendida e discutida pela intelectualidade brasileira, bem como apontar caminhos para novas pesquisas.