Resumo:
A presente Dissertação tem por objetivo mapear e analisar quais discursos estão sendo produzidos nas publicações acadêmicas, no período compreendido entre 2010 à 2022, referentes ao corpo dos bebês e ao corpo das docentes que atuam na Educação Infantil. Nesse sentido, essa pesquisa percorre a concepção de corpo desde a antiguidade até o contemporâneo, observando as rupturas e continuidades que expõem transformações significativas nos modos de pensar o corpo no ocidente. Do mesmo modo, também discute a constituição histórica da Educação Infantil e sua relação com a construção dos modos de subjetivação docentes, tendo em consideração a relação entre o corpo dos bebês e o corpo das profissionais como um eixo fundamental da discussão. Para tanto, essa Dissertação de Mestrado propõe uma metodologia inspirada na análise de discurso foucaultiana, como um modo de olhar para tais discursos. A partir desta investigação, emergem duas dimensões de análises, sendo que a primeira diz respeito ao intrincado conceito de corpo presente nas obras selecionadas e as indicações de uma persistente dicotomia entre corpo e mente, marcando, ainda, um corpo exausto das professoras. Na segunda dimensão de análise problematiza-se o conceito de cuidado e cuidado de si para se pensar o corpo, trazendo os modos de subjetivação e as práticas de liberdade para pensar possibilidade de modos de vida outros em se tratando da docência com bebês. Entende-se, portanto, que o cuidado de si, a partir dos estudos foucaultianos, pode romper radicalmente com qualquer forma de dicotomia, quando irá pensar que uma das dimensões importantes dessa prática de relação consigo mesmo é justamente a criação de um corpo, entendido como um modo de vida.