Autor |
Borges, Scarlett Giovana; |
Lattes do autor |
http://lattes.cnpq.br/1578995685574843; |
Orientador |
Silva, Rodrigo Manoel Dias da; |
Lattes do orientador |
http://lattes.cnpq.br/9524885475616516; |
Instituição |
Universidade do Vale do Rio dos Sinos; |
Sigla da instituição |
Unisinos; |
País da instituição |
Brasil; |
Instituto/Departamento |
Escola de Humanidades; |
Idioma |
pt_BR; |
Título |
Existências insurgentes: reverberações das experiências de subjetivação política no cotidiano de mulheres engajadas; |
Resumo |
Na presente tese, estudamos as experiências de subjetivação política e suas reverberações no cotidiano de engajamento de mulheres que partilham da experiência
militante na Marcha Mundial de Mulheres (MMM), em Caxias do Sul. Para isso, conduzimos o nosso trabalho a partir das seguintes questões: as experiências de
dissenso em relação à localização social de ser mulher geram experiências de
subjetivação política? Se sim, de que forma essas experiências reverberem no
engajamento político cotidiano? Nesse processo, como se dá a mudança de si e do
entorno? Nesse ínterim, produzimos os dados de pesquisa por meio de entrevistas
compreensivas (KAUFMANN, 2013) com cinco mulheres militantes na MMM e
compartilhamento do tempo (FABIAN, 2006) na observação interativa das atividades
promovidas pelo grupo, no período de um ano. Orientamos a pesquisa com base nos
conceitos de experiência e cotidiano, discutidos, principalmente,por Thompson (1981,
2002, 2020) e Heller (2014), e nos conceitos de política, subjetivação e partilha do
sensível, fundamentados em Rancière (1996a, 1996b, 2005, 2014). Além disso,
refletimos sobre os princípios educativos dos movimentos sociais e sua potência
formativa para as pessoas militantes (GOMES, 2017; ARROYO, 2003). Organizamos
a tese de modo a dedicar um espaço narrativo para cada uma das entrevistadas, tendo
em vista que cada existência representa um modo de insurgir, de se colocar frente à
ordem política e social, ainda que na partilha de concepções comuns de mundo. Nesse ínterim, analisamos, por meio das entrevistas e da observação interativa, as experiências de (des)identificação, os tempos e espaços de subjetivação política e os aspectos do engajamento político de mulheres. Com isso, desenvolvemos na pesquisa nossa própria definição para o conceito de engajamento político. Consideramos que as participantes da pesquisa, na singularidade de suas trajetórias militantes, representam formas de existências insurgentes, ou seja, apresentam modos de viver que tem por princípio a resistência a diferentes opressões ligadas às suas localizações sociais e ao contexto sociopolítico que se inserem. Desse modo, defendemos a tese de que as experiências de dissenso em relação à localização social de ser mulher, na potência formativa da subjetivação política, geram mudança de si e do entorno que reverberam em engajamento político cotidiano. Concluímos que a diversidade nas trajetórias políticas estudadas demonstra que o engajamento em determinada causa não produz e não é produzido por pessoas homogêneas e não se traduz em fórmulas de emancipação. Ao reverberarem em suas relações familiares, laborais, de lazer, entre outros, a mudança de si, essas mulheres tensionam os sistemas de valores predominantes em seus meios, possibilitando a ocorrência de mudanças microssociais, sem necessariamente evidenciarem rupturas marcantes. Desse modo, elas atuam na transformação do cotidiano pela potência formativa da subjetivação política, na possibilidade de sonhar um sonho comum, uma utopia que as mobilizam a andarem juntas em uma direção, mas na vivência da singularidade de suas vidas.; |
Abstract |
In this thesis, we study the experiences of political subjectivation and their reverberations in the everyday life engagement of women who share the militant experience in the World March of Women (WMW), in Caxias do Sul. We carried out our work based on the following questions: do the experiences of dissent concerning the social location of becoming a woman generate experiences of political subjectivation? If so, how do these experiences reverberate in everyday political engagement? In this process, how does the change of oneself and the surroundings happen? In the meantime, we produced research data through comprehensive interviews (KAUFMANN, 2013) with five militant women in the WMW and sharing time (FABIAN, 2006) in the interactive observation of the activities promoted by the group, for one year. We guided the research based on the concepts of experience and everyday life, discussed mainly by Thompson (1981, 2002, 2020) and Heller (2014), and the concepts of politics, subjectivation, and distribution of the sensitive based on Rancière (1996a, 1996b, 2005, 2014). Beyond that, we reflected on the educational principles of social movements and their formative prospective for militant people (GOMES, 2017; ARROYO, 2003). We organized this thesis to dedicate a narrative
space to each of the interviewees, considering that each existence represents a way
to arise, to stand up to the political and social order, even if sharing a world common
conception. In the meantime, we analyzed the aspects of (dis)identification, time and
space of political subjectivation, and the political engagement narrated and observed
about the experience of the research participants. Thus, we developed our definition
of the political engagement concept in the research. We considered that the research
participants represent insurgent forms of existence in the singularity of their militant
trajectories. In other words, they present ways of living that have the resistance to
different oppressions linked to their social locations and their sociopolitical context as
a principle. Thereby, we defended the thesis that the experiences of dissent on social
location of becoming a woman, in the formative prospective of political subjectivation,
create the change of oneself and the surroundings that reverberate in everyday pollical
engagement. We conclude that the diversity in the studied political trajectories demonstrates that engagement in a given cause does not produce and is not produced
by homogeneous people and does not translate into emancipation formulas. By
reverberating the change of themselves in their family, work, and leisure relationships,
these women strain the prevailing value systems in their environments, enabling the occurrence of microsocial changes, without necessarily presenting remarkable
ruptures. In this way, they act in the transformation of everyday life through the formative prospective of political subjectivation, in the possibility of dreaming a common dream, a utopia that mobilizes them to walk together in one direction, but in the experience of the uniqueness of their lives.; |
Palavras-chave |
Engajamento político de mulheres; Subjetivação política; Pedagogia política; Movimentos sociais; Marcha Mundial das Mulheres; Political engagement of woman; Political subjectivation; Political pedagogy; Social movements; World March of Women; |
Área(s) do conhecimento |
ACCNPQ::Ciências Humanas::Educação; |
Tipo |
Tese; |
Data de defesa |
2023-03-03; |
Agência de fomento |
CAPES - Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior; |
Direitos de acesso |
openAccess; |
URI |
http://www.repositorio.jesuita.org.br/handle/UNISINOS/12499; |
Programa |
Programa de Pós-Graduação em Educação; |