Resumo:
Entre os anos de 1968 e 1974 alguns brasileiros, indignados com a Ditadura Civil-militar e
crentes do ideal revolucionário – inspirados entre outros, pela Revolução Cubana –
resolveram que a única forma de efetuar as mudanças necessárias para o Brasil era através das armas. Em um curto espaço de tempo, porém, a luta armada foi esmagada pelos órgãos da repressão. Desde o final da década de 1980 houve uma profusão de trabalhos sobre as esquerdas que atuaram no país, as esquerdas armadas não ficaram de foram. Nossos objetivos gerais, com nosso trabalho, foram dois: realizar um levantamento bibliográfico sobre os estudos que tiveram por objeto uma organização armada em específico, que se preocuparam com as diferentes trajetórias das diferentes organizações armadas; o segundo objetivo foi analisar as memórias – por meio de entrevistas realizadas por Marcelo Ridenti – dos militantes revolucionários. Para o segundo objetivo nos municiamos das diversas contribuições dos autores que se dedicaram à História Oral (Alessandro Portelli e Luísa Passerini) e/ou aos estudos sobre a memória (Hallbawcs, Fentress e Wickham, Ricouer, Nora entre outros). Ao trabalharmos com entrevistas que já contam com trinta anos desde sua realização, nos perguntamos e quisemos fazer emergir como aparecem questões ligadas às
questões como: Gênero; Melancolia de esquerda; o papel de resistência que as organizações de luta armada teriam desenvolvido e, também, a problemática do suicídio – lembrando que essa questão foi “inaugurada” por um militante da luta armada, Renato Tapajós. Com nosso primeiro objetivo buscamos mostrar quais organizações que participaram de ações armadas ainda não foram exploradas, sendo assim, as lacunas na nossa historiografia. Já no trabalho com as fontes orais buscamos evidencias como as memórias da esquerda armada, ao contrário do que usualmente se pensa, é muito mais diversa e dissonante do que unívoca.