Resumo:
Essa pesquisa visa à investigação sobre as representações pictóricas dos tipos sociais do Brasil e do Uruguai, por meio das pinturas de Pedro Weingärtner (1853-1929) e Juan Manuel Blanes (1830-1901), entre os séculos XIX e XX. Busca-se compreender a formação de identidades e imaginários sociais da região platina através do uso feito das pinturas destes dois artistas. Esta tese enquadra-se em uma pesquisa qualitativa dentro da perspectiva das práticas e representações sob os referenciais teóricos da Nova História Cultural. Investigam-se os vestígios e simbolismos que foram parte do desenvolvimento da sociedade brasileira e uruguaia. Para contribuir com o desenvolvimento da tese autores como Michael Baxandall (2006), Roger Chartier (1996) e Erin Panofsky (1991) foram utilizados. O pintor brasileiro, Pedro Weingärtner, passou parte de sua vida entre o Novo e o Velho Mundo, retratou amplamente os tipos sociais que habitavam a região Sul do país, como o gaúcho e o imigrante europeu, além de uma ampla produção de retratos da elite social e política brasileira. O pintor uruguaio, Juan Manuel Blanes, representou os personagens do Uruguai, como o gaucho, os militares e a elite social e política, consagrando-se como o “pintor da pátria” ao representar telas encomendadas de temática histórica. Nesse sentido, esta pesquisa propõe-se a estudar o uso feito da produção destes dois pintores, bem como a memória que as telas exprimem, visando o entendimento e a função dessas pinturas para a construção de uma identidade, um imaginário e de uma representação – tanto da sociedade brasileira, quanto uruguaia.