Resumo:
Os sistemas de ensino no mundo todo fazem frente a um duplo processo na sociedade globalizada: responder aos anseios locais e às pressões de nível global. A garantia da “qualidade” – termo por si complexo – deve responder a estas aspirações e, até mesmo, tratar de suas peculiaridades que podem vir a ser contraditórias. Neste sentido, é que a Avaliação Institucional da Educação torna-se um requisito essencial para todos os sistemas de ensino. Entretanto, uma Avaliação Institucional desprovida de uma filosofia de análise que fundamente tanto “como se avalia” e “porque” se avalia pode vir a moldar uma educação que se resuma responder apenas a pressões mercadológicas e limitar o contexto educacional. Através da análise da Avaliação Institucional, por meio da metodologia crítica, é que o presente trabalho objetiva fundamentar com uma filosofia – dialética negativa de Slavoj Zizek – uma Avaliação Institucional que seja justa e produza justiça. Para este intuito foram realizadas pesquisas por meio de entrevistas semiestruturadas que forneceram dados que foram, posteriormente, analisados por meio da metodologia da Teoria Crítica. A opção por esta metodologia foi feita por fornecer subsídios para a identificação de contradições entre uma avaliação plural e realmente justa com uma avaliação institucional que tão somente cumpra exigências de lei. O estudo do campo empírico via Teoria Crítica demonstrou contradições entre uma avaliação inteiramente abrangente e plural com as concepções dos sujeitos entrevistados que demonstraram necessidades de mudançapara maior clareza na avaliação bem como uma grande preocupação com o meio mercadológico – sendo este último de grande influência. Diante disto, optou-se pela proposta de aprimoramento por meio da chamada dialética negativa proposta por Slavoj Zizek. A alternativa por este autor foi feita por dois motivos principais: em primeiro lugar seu pensamento é voltado para o mundo contemporâneo – sua produção ainda continua sendo feita – e sua filosofia permite que todas as opiniões de mundo sejam valorizadas e, ao mesmo tempo, permita que cada sujeito possa se “engajar” em sua verdade. Desta maneira, permite que o processo avaliativo mencionado possa fundamentar uma avaliação justa e que produza justiça.