Resumo:
A presente tese visou pesquisar as práticas de trabalho de policiais militares lotados no Batalhão de Proteção Ambiental da Polícia Militar do estado de Mato Grosso. Buscou-se verificar quais as contradições entre a natureza institucional e o papel historicamente definido para a Polícia Militar de Mato Grosso no trabalho de proteção ambiental e as possibilidades de uma articulação entre fiscalização e educação ambiental. Além disso, a pesquisa problematizou a natureza institucional e o papel historicamente definido no trabalho de proteção ambiental e as possibilidades de uma articulação entre fiscalização e educação ambiental. O estudo teve por base o método materialista histórico-dialético, assumindo epistemologias do campo da teoria descolonial, feminista e vegetariana. A metodologia de pesquisa utilizada foi a análise discursiva, sob os conceitos de semiótica, alteridade, dialogismo, exotopia, polifonia, discurso, enunciado e autoria com base em Bakhtin. Também foi assumido o conceito de ‘referente ausente’ como estratégia metodológica para lidar com os constrangimentos e os impedimentos no uso da fala como elemento informativo; além do ser social de acordo com Lukács. Entre os resultados obtidos foi possível verificar que, em meio a contradições, as ligações solidárias entre os sujeitos permitem que haja uma troca dialógica no campo ambiental entre policiais e sujeitos fiscalizados. Ainda, foi possível verificar que o papel da instituição pesquisada é limitado, diante da necessidade anterior e maior de questionar os sistemas que atravessam nossas sociedades e impedem a devida compreensão de nós mesmos enquanto sujeitos e dos demais componentes humanos e não humanos, que dividem conosco o espaço que chamamos meio ambiente.