Resumo:
Essa dissertação investiga e analisa os sentidos sobre formação cultural de estudantes de licenciatura e futuros professores, veiculados e produzidos em pesquisas acadêmicas realizadas entre os anos de 2000 e 2017, bem como o que é possível que esses sentidos produzam em termos de profissionalidade docente. A pesquisa articula os campos dos estudos em docência, estudos culturais e pós-estruturalismo, e de modo específico, a docência, a cultura e a linguagem como ferramentas conceituais para sustentar essa pesquisa documental. A partir dos movimentos de análise foi possível mapear três unidades de sentido que vinculam a formação cultural a: a) emancipação dos sujeitos; b) melhoria das práticas pedagógicas; c) produção ética-poética da vida. Por um viés, a pesquisa assinalou a recorrência dos sentidos que atribuem fragilidade à formação cultural docente, significando-a como sendo sempre precária. Em termos de profissionalidade docente, a ideia de carência cultural acaba por sustentar a existência de uma formação limitada. Por outro viés, a formação cultural é abordada como possibilitadora de uma ética-póetica da vida em si, produzindo como efeito uma educação voltada para a transformação de si, pois ao inverterem o olhar para si mesmos, os sujeitos mudam suas percepções a partir da formação e repensam seus modos de serem docentes. Nesse sentido, a análise dos sentidos construídos e o seu questionamento permite continuar pensando a formação cultural e a profissionalidade docente.