Resumo:
Esta Tese analisa o saber fazer do processo formador de quem trabalha com artesanato em São Borja -RS, em diálogo com o processo formador da mulher-professora no exercício de aprender a caminhar para si. O percurso metodológico foi embasado nas leituras dos estudos de gênero e de Marie Christine Josso, por meio da pesquisa-formação. A metodologia de coleta consiste na observação participante, na (auto)biografia e nas entrevistas com artesãs de três grupos de mulheres-artesãs: uma extensionista da EMATER, um instrutor do SENAR e uma consultora do SEBRAE. Foram realizadas imersões na localidade nos anos 2011 e 2012. Entre os resultados encontrados, observou-se que, por meio das leituras do reconhecimento das experiências das mulheres na história, a atividade artesanal ainda é um trabalho que não é reconhecido e visibilizado como um saber fazer, muito menos como uma atividade que promove o saber pensar. Amparadas nos argumentos de pesquisadoras que reconhecem e visibilizam o fazer artesanal como processo formador, tanto as mulheres- artesãs quanto a mulher-professora podem reler seus saberes e fazeres como novas aprendizagens que propõem um caminhar para si. A partir das experiências das mulheres artesãs, é possível tecer diálogos com o saber fazer da mulher-professora, cuja aproximação levou a uma análise do caminhar para si (auto)biográfico da mulher-professora. O estudo demonstra que, por meio da observação e análise do saber fazer das mulheres artesãs, diferentes saberes de ser mulher-professora foram identificados e reconhecidos.