Resumo:
A pesquisa tem por objetivo verificar em que medida as ações desenvolvidas pelas Delegacias da Mulher de Teresina efetivam os direitos das mulheres em situação de violência. Para tanto, utilizar-se-á o método dialético, promovendo um diálogo entre as bases teóricas que cercam a ideia de gênero, violência contra a mulher e biopolítica e a dinâmica das relações que se estabelecem naquelas delegacias sob o enfoque do discurso policial e a fala das mulheres ali atendidas. Inicia-se o percurso no campo teórico-normativo consistente em estudos sobre as categorias gênero, violência baseada no gênero e biopoder. As categorias gênero e violência de gênero terão a linguagem como campo privilegiado para o estudo. Já a ideia do biopoder auxiliará na compreensão sobre o significado da Delegacia da Mulher enquanto estratégia biopolítica inventada pelo estado para o enfrentamento da violência contra a mulher. Imbricando violência de gênero e biopolítica, entender-se-á o fundamento da existência da delegacia especializada. Assim é que, num segundo momento, far-se-á uma imersão nas delegacias da mulher de Teresina para delimitar o campo da efetividade sob a ótica da dinâmica das relações que lá se estabelecem entre policiais e mulheres atendidas. Desse modo, analisar-se-á o perfil do servidor policial e seu discurso expresso nos registros das ocorrências e o perfil da mulher atendida, sua visão sobre a delegacia, sobre outras estratégias biopolíticas e normas jurídicas voltadas à proteção da mulher em situação de violência, assim como seu relato sobre a violência sofrida. Uma vez delineado o campo material, retoma-se a discussão a partir do diálogo entre os discursos dos policiais, das mulheres e as categorias provenientes das bases teóricas estudadas