Resumo:
O presente trabalho examina a disputa entre o Judiciário e a mídia pelo poder simbólico. Essa problemática é abordada a partir de dois panoramas: a influência da mídia sobre o Judiciário, que ocorre através da legitimação de sua imagem diante da sociedade ao se autoproclamar a principal responsável por garantir a justiça; e a relutância do Judiciário perante a prática que acompanha a história da administração pública brasileira desde os seus primórdios, o nepotismo. A partir desse cenário, reflete-se a desmistificação da ideia da mídia como sendo um "Quarto Poder", demonstrando que o poder creditado a esta - pelo próprio Judiciário ao ceder às pressões - não condiz com a realidade quando o assunto tratado é prática de nomeação de parentes para cargos públicos. Diante desse quadro, o estudo estrutura-se em quatro capítulos, sendo que no primeiro é realizada uma retrospectiva em relação ao papel do Judiciário nos períodos Imperial e Republicano, e nas Constituições, centrando-se na postura a ser adotada por essa instituição no sentido de atender a complexidade das demandas sociais, temática esta, tratada por meio da análise da Emenda Constitucional nº45. O segundo capítulo trata de examinar o funcionamento dos meios de comunicação de massa, avaliando o processo de manipulação e formação da opinião pública na busca pelo lucro financeiro, traçando um paralelo de como a mídia deveria funcionar e como de fato ela funciona. A ideia principal trazida no terceiro capítulo refere-se à difícil convivência entre a mídia e o Judiciário. E, por último, no quarto capítulo, é levantada a polêmica do nepotismo no Judiciário brasileiro. Nesse sentido, salienta-se que a temática é abordada sob o manto da disputa entre mídia e Judiciário, pelo poder simbólico de legitimar-se diante da sociedade.