Resumo:
Esta tese interpreta experiências educativas na Extensão das Faculdades EST e as relações de Gênero, a partir da perspectiva da hermenêutica e da metodologia feministas. São apresentados os conceitos de indissociabilidade entre ensino, pesquisa e extensão, de acordo com os pressupostos do Fórum de Extensão. Traz os conceitos de opressão, de gênero e de patriarcado, advindos da teoria feminista em diálogo com os conceitos de in-exclusão social. A primeira parte da tese constitui o caminho metodológico da pesquisa, os contextos e os conceitos que se entrecruzam no estudo e mostra a complexidade que envolve a temática. A hermenêutica feminista é apresentada, a partir de Ivone Gebara e Wanda Deifelt, com destaque à metodologia feminista. É apresentada a noção de cotidiano e de experiência em diálogo com o conceito fazer-pensar, de Richard Senett. A segunda parte enfoca aspectos históricos da Extensão Universitária e o conceito de indissociabilidade como pano de fundo para o diálogo com o conceito de Gênero e Exclusão, trazendo a interface das perspectivas feministas para a trama dialógica. A análise a respeito da indissociabilidade e as relações de Gênero no contexto da EST são problematizadas pela hermenêutica feminista. O conceito de cativeiro, apresentado por Marcela Lagarde, desassossega os lugares e as práticas e mostra a ambiguidade das ações das mulheres na extensão. A extensão mostrou-se como zona de conforto e de reforço do patriarcado. Mas, também pode ser zona de rebeldia, de criatividade e de possibilidades para as mulheres. Concluí-se que há um contraponto entre teoria, metodologia e prática que, a partir de diferentes abordagens que dialogam e interagem, possibilita outras práticas extensionistas e baliza novas relações de gênero na instituição