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Corpo e alma em Agostinho de Hipona uma relação de preservação, interdependência e cuidado

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Autor Costa, Daiane Rodrigues;
Lattes do autor http://lattes.cnpq.br/7291433553630261;
Orientador Salvatore, Nicola Claudio;
Lattes do orientador http://lattes.cnpq.br/5723432200539223;
Instituição Universidade do Vale do Rio dos Sinos;
Sigla da instituição Unisinos;
País da instituição Brasil;
Instituto/Departamento Escola de Humanidades;
Idioma pt_BR;
Título Corpo e alma em Agostinho de Hipona uma relação de preservação, interdependência e cuidado;
Resumo A tese aqui apresentada tem como objetivo demonstrar que existe uma relação de atenção e cuidado entre corpo e alma na antropologia filosófica de Agostinho de Hipona. Para isso, nos perguntamos: qual o tipo de relação que existe entre corpo e alma? Ela é conflituosa ou harmônica? Para responder, minimamente, essas questões, utilizamos como recursos principais algumas obras de Agostinho, que diferem cronologicamente, mas que contribuem com o problema aqui proposto. Tais obras, como A Trindade, Comentário ao gênesis, A Grandeza da alma, A Natureza do Bem, A Música, O Livre-arbítrio, a Doutrina Cristã, entre outras, forneceram as informações básicas, compiladas em resumos e fichamentos, e que serviram de base para a produção textual, argumentativa e conclusiva do texto. A defesa aqui proposta também pretende objetar a tese de que o corpo tem um papel de desviar a alma de seu destino espiritual e a corrompe com os ditames da vida mundana. Ao contrário, a linha argumentativa do texto defende a estreita união entre corpo e alma, sendo essa última a responsável pelas escolhas, sejam elas boas ou más, da pessoa. A partir disso, compreendemos que a alma, para Agostinho, é uma substância incorpórea, que não se localiza espacialmente no corpo, e que possui faculdades que podem aprimorar seu desempenho ao longo do tempo. Formam as faculdades da alma a memória, inteligência e a vontade, a exemplo da imagem trinitária de Deus. O corpo, por sua vez, criado por Deus, também tem vestígios do seu criador, mas não é à imagem e semelhança dele. No entanto, ele também é um bem, assim como toda materialidade. O corpo também possui trindades imperfeitas de Deus. Corpo e alma unidos formam o ser humano. Dessa forma, aquilo que entendemos como um “eu” que concede identidade ao seu humano, não está só na alma, mas na união dela com um corpo. Essa união acontece porque a alma deve, em uma de suas funções, cuidar do corpo, mantendo a unidade e a boa saúde dele. Dessa forma, ela exerce dois movimentos direcionados ao corpo. O primeiro se trata em agitar elementos da natureza que se encontram no corpo para que esses o animem, concedendo-lhe movimentos autônomos. A animação do corpo também mantém os órgãos em funcionamento e os sistemas desempenhando seus papéis para que o corpo continue vivo. O segundo movimento da alma é a sensibilidade, onde, através do corpo, a alma pode sentir e apreender a medida das coisas corpóreas do mundo que está a sua volta. Isso ocorre porque, quando um objeto externo incita um dos órgãos sensoriais e altera o estado natural do corpo, a alma dirige sua atenção a esse fato, visando proteger o corpo de qualquer situação nociva. Por fim, salientamos que a relação corpo e alma em Agostinho de Hipona é um movimento recíproco, onde a alma protege o corpo dos perigos que podem prejudicá-lo; e o corpo permite que a alma tenha acesso às informações do mundo material, formando, assim, o conhecimento dele. Esse conhecimento do mundo físico, que a alma guarda em sua memória, é chamado por Agostinho de ciência.;
Abstract This thesis aims to understand the relation between body and soul in Augustine as one consisting in attention and care in the philosophical anthropology of Augustine of Hippo. We then ask ourselves: what type of relation is there between body and soul? Is it conflicting or harmonious? To answer these questions, we use as main resources some texts by Augustine, which differ chronologically, but which contribute to the problem proposed here. These texts, such as The Trinity, Commentary on Genesis, The Greatness of the Soul, The Nature of Good, Music, On Free Choice of the Will, Christian Doctrine, among others, provided basic information, compiled into summaries and which served as the basis for the textual, argumentative, and conclusive production of the text. In the first two chapters, we address the ideas that the soul, for Augustine, is an incorporeal substance, which is not spatially located in the body, and which has functions that can improve its performance over time. The faculties of the soul form memory, intelligence and will, reflecting the trinitarian image of God. The body, in turn, created by God, also has traces of its creator, but is not in his image and likeness. However, it is also a good, just like all materiality. The body also has imperfect trinities of God. Body and soul united form the human being. In this way, what we understand as a “self” that grants identity to its human being is not only in the soul, but in its union with a body. This union happens because the soul must, in one of its functions, take care of the body, maintaining its unity and good health. In this way, it exercises two movements aimed at the body. The first one involves stirring elements of nature that are found in the body so that they animate it, granting it autonomous movements. Body animation also keeps organs functioning and systems performing their roles so that the body remains alive. The second movement of the soul is sensitivity. Through the body, the soul can feel and grasp the measure of corporeal things in the world around it. This occurs because, when an external object stimulates one of the sensory organs and alters the natural state of the body, the soul directs its attention to this fact, intending to protect the body from any harmful situation. Finally, we emphasize that the relationship between body and soul in Augustine of Hippo is a reciprocal movement. The soul protects the body from dangers that could harm it; while the body allows the soul to access information from the material world, thus forming knowledge of it. This knowledge of the physical world, which the soul keeps in its memory, is called science by Augustine.;
Palavras-chave Corpo; Alma; Agostinho; Ciência; Sensibilidade; Pessoa; Body; Soul; Augustine; Science; Sensation;
Área(s) do conhecimento ACCNPQ::Ciências Humanas::Filosofia;
Tipo Tese;
Data de defesa 2024-04-11;
Agência de fomento CAPES - Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior;
Direitos de acesso openAccess;
URI http://repositorio.jesuita.org.br/handle/UNISINOS/13453;
Programa Programa de Pós-Graduação em Filosofia;


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