Autor |
Beck, Bernardo Freiberger; |
Lattes do autor |
http://lattes.cnpq.br/2940961832027234; |
Orientador |
Helfer, Inácio; |
Lattes do orientador |
http://lattes.cnpq.br/5246255686057823; |
Instituição |
Universidade do Vale do Rio dos Sinos; |
Sigla da instituição |
Unisinos; |
País da instituição |
Brasil; |
Instituto/Departamento |
Escola Politécnica; |
Idioma |
pt_BR; |
Título |
Fetichismo e ideologia na distorção da biotecnologia: um estudo a partir de Marx; |
Resumo |
Neste trabalho, falo sobre como se distorce a biotecnologia na produção de alimentos. Com isso, refiro-me à forma como somos levados a perceber e tratar o desenvolvimento e a aplicação de práticas oriundas de biotecnologia. Em especial, faço menção aos organismos geneticamente modificados. Partindo de um referencial marxista, explico que existem duas formas primordiais de distorção identificadas por Marx. A primeira é o fetichismo, o qual se refere à atribuição de propriedades a algo sem que este algo as possua de fato, mas pareça possuí-las por si mesmo. A segunda é a ideologia, que se refere ao pensamento da classe dominante o qual se generaliza, fazendo com que os interesses e pensamentos da manutenção da sociabilidade vigente se tornem interesse de todos. Abordo, ainda, na sequência, como essas duas formas de distorção se
manifestam na tecnologia em geral. O fetichismo se manifesta na tecnologia, fazendo com que se atribuam as mudanças na sociedade à técnica e à tecnologia, e não aos eventos de grandeza social que originam a tecnologia. A ideologia atua sobre a tecnologia, permitindo que o processo de adoção das técnicas seja visto como neutro e alheio à tensão interna da própria sociabilidade que origina esse processo de desenvolvimento técnico. Adicionalmente, a ideologia propaga a ideia de que vivemos em uma era excepcional, orientada pela razão e pela inovação técnica. Por fim, abordo como essas duas formas de distorção se manifestam sobre a biotecnologia para a produção de alimentos. O fetichismo atua fazendo com que os organismos geneticamente modificados sejam vistos, por seus apoiadores, como eles próprios os causadores de melhoras na relação entre a produção e o meio, e como causadores de dano ambiental e social por seus opositores. Em ambos os casos, atribuem-se propriedades e poderes de ordem
social à biotecnologia que gera os transgênicos de forma a se caracterizar o fetiche. A ideologia faz com que os organismos geneticamente modificados sejam tratados como puramente opção racional para que se alcance o bem da população como um todo, ocultando, assim, a influência da sociabilidade por trás de sua origem e aplicação. Como principal conclusão, indico que qualquer discussão sobre organismos geneticamente modificados e a biotecnologia não pode ser centrada unicamente em seu produto imediato, e sim na complexa gama de fatores determinantes ao desenvolvimento técnico.; |
Abstract |
In this work, I talk about how biotechnology in food production is distorted. By this I refer to the way we are led to perceive and treat the development and application of practices originating from biotechnology. In particular, I am referring to genetically modified organisms. Starting from a Marxist framework, I explain that there are two primary forms of distortion identified by Marx. The first is fetishism and refers to the attribution of properties to something without this something actually possessing them but appearing to possess them by itself. The second is ideology and refers to the thinking of the ruling class that becomes generalized, making the interests and thoughts of maintaining current sociability become the interest of everyone. I address how these two forms of distortion manifest themselves in technology in general, in sequence. Fetishism manifests itself in technology, causing changes in society to be attributed to technique and technology and not to the events of social magnitude that give rise to technology. Ideology acts on technology, causing the process of adopting techniques to be seen as neutral and alien to the internal tension of the sociability itself that originates this process of technical development. Additionally, the ideology propagates the idea that we live in an exceptional era guided by reason and technical innovation. Finally, I address how these two forms of distortion manifest themselves in biotechnology for food production. Fetishism works
by making genetically modified organisms seen as themselves causing improvements in the relationship between production and the environment by their supporters and as causing environmental and social damage by their opponents. In both cases, social properties and powers are attributed to the biotechnology that generates transgenics in order to characterize the fetish. The ideology causes genetically modified organisms to be treated as a purely rationa option to achieve the good of the population as a whole, thus hiding the influence of sociability behind their origin and application. As a main conclusion, I indicate that any discussion about genetically modified organisms and biotechnology cannot be centered solely on their immediate product, but rather on the complex range of factors determining technical development.; |
Palavras-chave |
Transgenia; Produção de alimentos; Sociedade; Política; Transgenic; Food production; Society; Politics; |
Área(s) do conhecimento |
ACCNPQ::Ciências Humanas::Filosofia; |
Tipo |
Dissertação; |
Data de defesa |
2024-04-01; |
Agência de fomento |
CAPES - Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior; |
Direitos de acesso |
openAccess; |
URI |
http://repositorio.jesuita.org.br/handle/UNISINOS/13216; |
Programa |
Programa de Pós-Graduação em Engenharia Mecânica; |