Resumo:
Este estudo desloca o papel das emoções para o centro do ambiente organizacional e tem como objetivo principal propor o desenvolvimento de uma estratégia emocional visando potencializar relações interpessoais baseadas em confiança para o projeto de inovação de significado. A confiança para ouvir, falar e agir é fundamental para a produção de sentidos realmente novos e profundos, que coloquem as organizações em verdadeira vantagem competitiva diante da atualidade. Novos significados emergem do processo de inovação dirigida pelo design em resposta à diferenciação e acontece através de redes de relações entre pessoas que, de forma participativa, compartilham inquietações e hipóteses, promovendo a colisão construtiva de ideias. O cerne da confiança está nas emoções dos indivíduos, contudo proporcionar a expansão da consciência emocional nas organizações é desafiador e a conjuntura histórica torna improvável esperar que o desenvolvimento ocorra de forma orgânica, fazendo-se necessária uma ação intencional. Uma abordagem metaprojetual é proposta para a progressão da estratégia em uma organização, que foi escolhida para situar a pesquisa. Tal metaprojetação foi constituída a partir da compreensão aprofundada das necessidades emocionais dos sujeitos da organização envolvida, da técnica de observação participante e da prática de cocriação baseada em cenários futuros. Os procedimentos metodológicos adotados levaram à descoberta de necessidades emocionais predominantes na organização, que orientaram a proposta: inclusão, paz e progresso. A orientação para promover maior confiança para agir surgiu das investigações e complementa a proposta, que resulta numa estratégia que se propõe a fortalecer a experimentação e a aceitação das falhas como parte do processo de aprendizado conjunto, bem como a valorização do autoconhecimento para exercer a crítica benéfica ao processo para construção de profundidade na avaliação das ideias e tomada de decisão. A cada organização, uma estratégia emocional diferente deve ser projetada, porém o processo estabelecido se mostra pertinente para o percurso de projeto da mesma. Assim, organizações podem utilizar princípios de design para reconfigurar não apenas o que oferecem, mas também como são percebidas e valorizadas pela sociedade.