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A intersubjetividade em Husserl: uma análise da naturalização da fenomenologia

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Autor Lindenmeyer, Luciane Luisa;
Lattes do autor http://lattes.cnpq.br/0100181335047492;
Orientador Stein, Sofia Inês Albornoz;
Lattes do orientador http://lattes.cnpq.br/2045729600668270;
Instituição Universidade do Vale do Rio dos Sinos;
Sigla da instituição Unisinos;
País da instituição Brasil;
Instituto/Departamento Escola de Humanidades;
Idioma pt_BR;
Título A intersubjetividade em Husserl: uma análise da naturalização da fenomenologia;
Resumo Esta tese analisa alguns tópicos da naturalização da fenomenologia. Essa é uma tendência bastante recente no campo da filosofia da mente e das ciências cognitivas. Naturalizar a fenomenologia, ou a consciência, significa analisar os processos experienciais de objetivação, constituídos ou não por dados fenomênicos, por meio da ampla perspectiva metodológica do naturalismo. A análise que proponho neste trabalho parte da fenomenologia originária, isto é, utilizo majoritariamente conceitos elaborados por Edmund Husserl. Especialmente, considero a problemática da intersubjetividade e os seus conceitos correlatos como o de intencionalidade e intuição. Sua conhecida posição antinaturalista nos instiga a analisar os pressupostos de abordagens naturalizadas de conceitos fenomenológicos. Na tentativa de pensar a compatibilização das proposições husserlianas com algumas propostas naturalizadas da consciência recorro principalmente a autores como Daniel Dennett e John Searle. Dennett realiza uma crítica nominal a Husserl, que é importante para a adequada caracterização do método fenomenológico como não introspectivo e que tem a intersubjetividade como um de seus estratos constitutivos. Além disso, Dennett também faz uso do conceito de intencionalidade vinculado à sua própria noção de fenomenologia naturalizada, o que nos permite ilustrar os conflitos com a consciência fenomenológica de Husserl. O intencionalismo de John Searle é significativo por possibilitar uma aproximação menos conflituosa, apesar de também tensional, com a definição husserliana de consciência e de intersubjetividade. Com base nesses aspectos, desenvolvo uma investigação conceitual da naturalização da intersubjetividade a fim de indicar até mesmo em que medida a teoria fenomenológica da intersubjetividade pode ser relacionada ao debate sobre o problema das outras mentes. Este é um problema filosófico que persiste no campo da filosofia analítica da mente e é caracterizado não apenas como um problema epistemológico, mas também como um problema conceitual. Sob esses pressupostos considero as críticas de Husserl às epistemologias modernas, justamente das quais o vocabulário do mental e os seus problemas associados surgem, a fim de verificar em que medida a fenomenologia husserliana está “imune” aos principais problemas vigentes na filosofia da mente. Reflexiono os elementos conceituais que atualizam o naturalismo filosófico em relação ao que Husserl definiu como naturalismo na sua crítica fundacional, feita na virada do século XIX para o XX. Trato das proposições husserlianas sobre o problema da constituição do alheio e da objetivação de mundo, temáticas em que a intuição aparece como um componente indispensável, por estar presente em todo o desenvolvimento intencional dos vividos, portanto, em toda dinâmica de objetivação fenomenológica. Uma vez constatada a relevância conceitual da intuição para a fenomenologia husserliana, desenvolvo as implicações de uma completa naturalização da intencionalidade, na sua composição intuitiva, como elemento de externalização e de objetivação da consciência, por meio da expressividade e da manifestação. Minha proposta não é a de realizar uma análise puramente exegética das proposições husserlianas, compreendendo unicamente as funções internas de seus termos, mas a de trazer a fenomenologia para o diálogo com o ainda recente tema da naturalização da fenomenologia e os seus problemas adjacentes.;
Abstract This thesis analyzes some topics of the naturalization of phenomenology. This is a recent trend in the field of philosophy of mind and cognitive science. Naturalizing phenomenology, or consciousness, means analyzing the experiential processes of objectification, stored or not by phenomenal data, through the broad methodological perspective of naturalism. The analysis I propose in this work is based on original phenomenology, i.e., I mainly use concepts elaborated by Edmund Husserl. Especially, consider the issue of intersubjectivity and its related concepts such as intentionality and intuition. His well-known anti-naturalist stance urges us to analyze the budgets of naturalized approaches to phenomenological concepts. To think about the compatibility of Husserlian propositions with some naturalized proposals of consciousness, I fall back mainly on authors such as Daniel Dennett and John Searle. Dennett made a nominal criticism of Husserl, which is important for the proper characterization of the phenomenological method as nonintrospective and which has intersubjectivity as one of its constituent strata. In addition, Dennett also makes the concept of intentionality linked to his notion of naturalized phenomenology, which allows us to illustrate the conflicts with Husserl's phenomenological consciousness. John Searle's intentionalism is significant for enabling a less conflictual approach, although also tensional, with Husserlian's definition of consciousness and intersubjectivity. Based on these aspects, I develop a conceptual investigation of the naturalization of intersubjectivity to indicate to what extent the phenomenological theory of intersubjectivity can be related to the debate on the problem of other minds. This is a philosophical problem that persists in the field of analytical philosophy of mind and is characterized not only as an epistemological problem but also as a conceptual problem. Under these budgets, I consider Husserl's criticisms of modern epistemologies, precisely from which the occult of the mental and its associated problems arise, to verify to what extent Husserl's phenomenology is "immune" to the main problems in the philosophy of mind. I reflect on the conceptual elements that update philosophical naturalism about what Husserl defined as naturalism in his fundamental critique, made at the turn of the 19th to the 20th century. I deal with Husserlian propositions on the problem of the constitution of the alien and the objectification of the world, themes in which intuition appears as an indispensable component, as it is present in all the intentional development of experiences, therefore, in all dynamics of phenomenological objectification. Once the conceptualization of intuition for Husserlian phenomenology has been confirmed, I develop the intuitions of a complete naturalization of intentionality, in its intuitive composition, as an element of externalization and objectification of consciousness, through expressiveness and manifestation. My proposal is not to carry out a purely exegetical analysis of Husserlian propositions, exclusively understanding the internal functions of its terms, but to bring phenomenology into dialogue with the still recent theme of the naturalization of phenomenology and its adjacent problems.;
Palavras-chave Intersubjetividade; Fenomenologia; Husserl; Naturalização da fenomenologia; Consciência; Intersubjectivity; Phenomenology; Naturalization of phenomenology; Conscience;
Área(s) do conhecimento ACCNPQ::Ciências Humanas::Filosofia;
Tipo Tese;
Data de defesa 2023-09-15;
Agência de fomento CAPES - Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior;
Direitos de acesso openAccess;
URI http://repositorio.jesuita.org.br/handle/UNISINOS/12827;
Programa Programa de Pós-Graduação em Filosofia;


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