Resumo:
Este estudo tem como objetivo analisar o processo formativo e as práticas cotidianas das normalistas, bem como a cultura escolar produzida na Escola Normal Regional Santa Teresinha localizada no município de Imperatriz/MA, no período compreendido entre os anos de 1960 e 1964. O recorte temporal desta investigação recai sobre seu período de instalação por uma necessidade de formação profissional para o município, até o ano de finalização das turmas Normais Regionais. Defendo a tese de que as práticas cotidianas e a cultura escolar produzida na Escola Normal Regional Santa Teresinha, influenciaram, em alguma medida, no desenvolvimento educacional da região e nas formas do exercício da docência dos professores que atuam na Educação Básica de Imperatriz. Para atingir os objetivos propostos, a metodologia centra-se na História Oral, cujos documentos foram produzidos a partir das narrativas de memórias de sete normalistas egressas da Escola Normal Regional Santa Teresinha. Também, foram utilizadas fontes institucionais, articuladas às narrativas. Por meio das memórias mobilizadas foi possível entender as
representações de um tempo e espaço relativos a uma instituição confessional católica, voltada especificamente à formação da mulher-professora. As práticas cotidianas relembradas revelaram atribuições que envolviam corpo, mente, arte e fé. O currículo tinha por objetivo formar a professora-esposa-mãe de tal modo que além da formação pedagógica se contemplavam também disciplinas voltadas ao cuidado com o lar. Além do aprendizado, evidencia-se os vínculos de amizade que se formaram na escola e que, em determinados casos as mantêm ainda próximas. Assim, a Escola Normal Regional Santa Teresinha se constituiu em um espaço de conquista pessoal e profissional, ampliou o universo cultural das jovens que desempenharam, após a formação como normalistas, ações que ultrapassaram o cuidado com o lar e contribuíram com a educação do município de Imperatriz/MA e de seu entorno.