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Um dia após o outro, e o que eu quero é mudar: um estudo sobre jovens egressos de medidas socioeducativas

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Autor Brusius, Analice;
Lattes do autor http://lattes.cnpq.br/9436278964072706;
Orientador Gadea, Carlos A.;
Lattes do orientador http://lattes.cnpq.br/2303230429484169;
Instituição Universidade do Vale do Rio dos Sinos;
Sigla da instituição Unisinos;
País da instituição Brasil;
Instituto/Departamento Escola de Humanidades;
Idioma pt_BR;
Título Um dia após o outro, e o que eu quero é mudar: um estudo sobre jovens egressos de medidas socioeducativas;
Resumo Este estudo apresenta como tema a trajetória de jovens egressos de medidas socioeducativas. Pretende-se constatar como fatores de risco e especialmente protetivos influenciaram na trajetória de jovens egressos de medidas socioeducativas privativas de liberdade que deixaram de praticar delitos. Os participantes do estudo foram jovens egressos da Fundação de Atendimento Socioeducativo, que cumpriram medida socioeducativa nas unidades de Porto Alegre e do Vale do Rio dos Sinos. Utiliza-se a modalidade de pesquisa qualitativa realizada, através de entrevistas individuais, observação participante e análise de documentos. Compreende-se que as razões para o envolvimento de jovens com delitos são multifatoriais. Considera-se as trajetórias dos jovens, a partir dos sentidos que atribuem a elas em momentos diversos de suas vidas, abrangendo o tempo passado, o presente e os planejamentos futuros. As reflexões sobre a memória coletiva e suas nuances, como a vivência do tempo, da individualidade e da coletividade auxiliam na compreensão da trajetória dos jovens participantes do estudo. As trajetórias são guiadas a partir dos projetos que dependem dos campos de possibilidades, de seus conhecimentos prévios, constituídos em um espaço de tempo em um contexto social, cultural e histórico. Como resultados, percebe-se que a atuação dos fatores de risco tornou-se mais evidente no momento em que os jovens se envolveram com os delitos. As diferentes vulnerabilidades sociais que estavam enfrentando deixaram frágil a possibilidade de elaborarem projetos para seus futuros, pois apresentavam necessidades que precisavam ser resolvidas de forma imediata. As lembranças em relação à medida socioeducativa revelam, em alguns momentos, sofrimentos devido à rigidez institucional; e em outros, revelam um aprendizado necessário para suas vidas. Este aprendizado ocorreu a partir das vivências proporcionadas nas interações com outros jovens, funcionários, escola, oficinas, cursos profissionalizantes ou estágios. O trabalho em rede articulado entre as políticas públicas, durante a medida socioeducativa, mostrou-se bastante efetivo para garantir direitos e propor ações associadas a realidade dos jovens, possibilitando o trânsito deles por diferentes instituições e serviços. A violência originou situações complexas com as quais os jovens e as famílias tiveram que lidar, desenvolvendo capacidades de transformação, adaptação e compreensão diante das necessidades que surgiram, colocando a família como referência de vínculo afetivo importante. Mostram-se protetoras algumas experiências que são agregadas ao seu estoque de conhecimento anterior e fazem com que tenham recursos para evitar as situações de violência. É fundamental o apoio que recebem de pessoas que vão além de seu papel na institucionalidade e que investem nos jovens de várias formas, estabelecendo vínculos significativos e não os deixando desamparados em momentos de conflitos. A religiosidade, educação e, especialmente, o trabalho constituíram-se como redes de apoio fundamentais para as mudanças dos jovens.;
Abstract The theme of this study is the trajectory of young people that were confinement in Brazilian juvenile system. It is intended to see how risk factors and especially protective ones influenced the trajectory of young people who had been confinement in Brazilian juvenile system and who stopped practicing crimes. The study participants were young that were egress of Fundação de Atendimento Socioeducativo who were confinement in juvenile system in institution located in Porto Alegre and Vale do Rio dos Sinos. The modality of qualitative research was carried out through individual interviews, participant observation and analysis of documents. It is understood that the reasons for the involvement of young people with crimes are multifactorial. The trajectories of young people are considered based on the meanings they attribute to them at different times in their lives, including past, present and future planning. Reflections on collective memory and its nuances, such as the experience of time, individuality and collectivity help to understand the trajectory of the young people participating in the study. The trajectories are guided by projects that depend on the fields of possibilities, on their previous knowledge, constituted in a space of time in a social, cultural and historical context. As a result of the study, it is clear that the performance of risk factors became more evident the moment they became involved with the crimes. The different social vulnerabilities they were facing left the possibility of developing projects for their futures fragile because they presented needs that needed to be solved immediately. Memories about the confinement in juvenile system reveal suffering due to institutional rigidity and on the other hand a necessary learning for their lives. This learning occurred from the experiences provided in the interactions with other young people, employees, at school, workshops, professional courses or internships. The articulated network between public policies during the confinement proved to be very effective in guaranteeing rights and proposing actions associated with the reality of young people, enabling their transit through different institutions and services. Violence gave rise to complex situations with which they and their families had to deal with developing capacities for transformation, adaptation and understanding in the face of the needs that arose, placing the family as a reference for an important emotional bond. Some experiences are shown to be protective, which are added to their previous knowledge stock and provide them with resources to avoid situations of violence. The support they receive from people who go beyond their role in institutionality and who invest in young people in various ways is essential, establishing meaningful bonds and not leaving them helpless in times of conflict. Religiosity, education and, especially, work were constituted as fundamental support networks for their changes.;
Palavras-chave Jovens; Violência; Medida socioeducativa; Egresso; Fatores protetivos; Youth; Violence; Egress; Juvenile system; Protective factors;
Área(s) do conhecimento ACCNPQ::Ciências Humanas::Sociologia;
Tipo Tese;
Data de defesa 2021-05-14;
Agência de fomento CAPES - Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior;
Direitos de acesso openAccess;
URI http://www.repositorio.jesuita.org.br/handle/UNISINOS/10045;
Programa Programa de Pós-Graduação em Ciências Sociais;


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