Resumo |
A Cooperativa Uniodonto Porto Alegre uma cooperativa de saúde odontológica com 42 anos de existência, apenas nos últimos quatro anos a discussão acerca da utilização do FATES passou a ser considerada. Não é habito do cooperado tomar espontaneamente o conhecimento da lei cooperativista e do estatuto ou de buscar educação cooperativista. No mais das vezes, o cooperado se associa pensando no seu interesse individual de ter através da cooperativa mais uma alternativa de renda, quando não praticamente única. Desta feita muitos sócios concebem a Uniodonto como mais um convênio odontológico no mercado. É um dever da cooperativa propiciar ao sócio o conhecimento da doutrina, da lei e do funcionamento através da educação cooperativista. O FATES, Fundo de Assistência Técnica, Educacional e Social é da maior relevância para o cooperativismo e só existe nas cooperativas, sendo uma das características que as diferenciam das outras empresas de mercado. Criado foi para justamente garantir que as sociedades cooperativas pudessem propiciar aos sócios um diferencial assistencial que abrangesse ações na área técnica, na dimensão da educação e também a nível social. Compreender em profundidade o FATES desde os seus fundamentos doutrinários e históricos e ter um conceito adequado das suas verdadeiras finalidades é vital para a estabilidade da sociedade cooperativa e do cooperativismo como um todo. Nos anos que se antecederam, embora algumas ações que seriam atribuições do Fates tivessem sido levadas a efeito, o Fates praticamente foi pouco utilizado. O primeiro passo importante no sentido de trazer o cooperado ao conhecimento e à participação foi a constituição da Comissão do FATES representada por membros dos três colegiados, conselho de Administração, Conselho Fiscal e Assembleia Geral com a finalidade restrita de deliberar demandas individuais dos cooperados e promover eventos que pudessem beneficiar também de forma coletiva. Os critérios de formação do Fundo passaram a ser questionados e houve um esforço por parte da diretoria e da assembleia para que ficassem adequados à Lei e normas. Dado esse passo, foi importante para o pesquisador avaliar de forma responsável se a aplicação dos recursos do FATES poderia ser melhorada com uma participação maior dos cooperados nas deliberações. O conhecimento detalhado dos critérios de como o FATES é formado e quais são os critérios de aplicação dos recursos foi fundamental para a compreensão o problema.
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Uma pesquisa de dados e principalmente de consulta da opinião dos sócios, diretores e funcionários certamente trouxe elementos importantes e a partir da percepção destes, foi possível propor um modelo para melhormente aplicar os recursos com uma participação mais democrática sem comprometer a autonomia da diretoria executiva com o engessamento da gestão.; |