Resumo |
A presente monografia teve como propósito identificar e analisar as percepções sobre as aprendizagens presentes na educação de jovens e adultos (EJA). A imersão no contexto da EJA ocorreu a partir do Projeto de Apoio à Educação de Jovens e Adultos (PAEJA). Foram realizadas entrevistas semiestruturadas, em uma das escolas atendidas pelo PAEJA no município de Novo Hamburgo, com quatro educandos com idades entre 15 e 18 anos, duas professoras e uma representante da equipe diretiva. A escolha da faixa etária dos alunos se deu pela crescente presença de jovens, cada vez mais jovens, na EJA, esse processo
tem sido chamado de juvenilização. O eixo teórico-metodológico foi pensado a partir do conceito de in/exclusão e governamentalidade com base nos estudos pósestruturalistas
de autores, como Lopes e Fabris (2013), Veiga-Neto e Lopes (2011), Carvalho (2017) e Biesta (2013). Esse processo de análise resultou em três blocos de sentidos: aprendizagem e suas relações, EJA como espaço de passagem e EJA como possibilidade de futuro. A partir da análise foi possível inferir que as percepções sobre a aprendizagem na EJA pesquisada estão imbricadas na compreensão neoliberal da mesma, além de a EJA ser um espaço de captura de adultos que não conseguiram concluir os estudos no tempo pré-determinado e de
jovens adolescentes que, por diferentes motivos, foram excluídos do período diurno. Com isso, a EJA pode ser compreendida como um lugar em que esses adolescentes vivenciam uma modulação de conduta, visando principalmente à entrada e permanência no jogo do mercado, característico da lógica neoliberal. Ao identificar que as percepções sobre as aprendizagens na EJA aparecem como um recurso utilitário, a análise realizada nos leva a seguinte pergunta: até que ponto essas aprendizagens contribuem para a inclusão e permanência desses jovens no mercado de trabalho? – objetivo buscado por grande parte do público dessa modalidade de ensino.; |