Resumo:
A presente Tese teve como objetivo avaliar os reflexos do controle na relação entre a remuneração do CEO e as conexões sociais deste a partir de uma amostra de 199 empresas listadas na B3 entre os anos de 2011 e 2021. Foi utilizada a análise multivariada de dados através da técnica de regressão múltipla com aplicação de efeitos fixos para dados em painel. Nenhuma das cinco hipóteses de pesquisa, foram confirmadas. Contudo, a avaliação da interação entre controle acionário, conexões sociais e remuneração do CEO em um cenário de controle definido evidenciar que a postura do controlador está em linha com a perspectiva da expropriação. O resultado em questão se mantém mesmo na presença de mecanismos de Governança Corporativa podendo sinalizar que, em um cenário de controle definido, as estruturas de Governança Corporativa são enfraquecidas. Já com relação ao controle familiar os resultados se afastam da literatura precedente que sinalizam a relevância da atuação do fundador da empresa na definição da remuneração do CEO. Os resultados apontam, ainda, que a presença de um CEO fundador ou da família fundadora, por si só, não impede que as conexões deste com o Presidente do CA impactem em sua remuneração. Os testes adicionais empregados revelam que a participação acionária do CEO quanto este possui conexões sociais com o Presidente do CA afeta a sua remuneração positivamente. Ao avaliar a moderação pela ingerência do controlador na gestão, identificou-se que o percentual de membros do CA eleito pelo controlador afeta a relação entre as conexões sociais destes membros com o CEO e a remuneração do CEO negativamente, alinhando-se à perspectiva da substituição. Por sua vez, a variável que expressa a moderação entre as variáveis de interesse apresenta um coeficiente positivo. Assim, em um cenário de conexões sociais, podemos inferir que quanto maior a proporção de membros eleitos pelo controlador no CA, maior será a remuneração do CEO. Identifica-se, ainda, que a moderação em questão não retira por completo os efeitos da variável ICS sobre a remuneração. Neste caso, portanto, a remuneração figura como um problema de agência e a atuação do controlador não favorece aos minoritários.