Resumo |
Optamos por este título/tema: “A mística órfico-pitagórica”, que contempla o aspecto místico do bíos orphikós e do bíos pythagorikós, pois é necessário entender um fenômeno do presente (a experiência mística) tendo em vista sua ocorrência no passado, bem como seu início em nossa tradição ocidental: se trata de compreender o início a fim de compreender o desenvolvimento da experiência mística na tradição ocidental. O orfismo enquanto um movimento religioso e o pitagorismo enquanto um movimento filosófico, convergem para a busca da catarse por meio da ascese da alma - o que nos leva a falar de uma mística órfico-pitagórica, conforme a nomenclatura adotada pela história da filosofia. À primeira vista, o nosso tema pode causar estranhamento: falar em mística órfica parece evidente - pois o orfismo é um movimento religioso com influência especial do dionisismo, entretanto é correto falar em uma mística pitagórica? Em resposta a esta questão, consideramos a experiência catártica como uma experiência mística, logo tanto os órficos como os pitagóricos são místicos, além disso, é correto falar não apenas de uma mística órfica ou pitagórica, e sim de uma mística órfico-pitagórica: duas tradições conjugadas juntas quando se trata do início da preocupação pela ascese da alma com o objetivo catártico em nossa tradição ocidental.; |