Resumo |
O século XIX é o período em que a modernidade se estabelece de modo definitivo, e como o principal paradigma de sociedade. A arte moderna, por seu lado, em suas diferentes manifestações, elabora uma anteposição a esse modelo, retornando, como o Primitivismo, a noções primitivas de sociedade e arte. Desse modo, muitos artistas se lançaram a outros continentes e sociedades, a procura de outras formas de vida, com práticas primitivas preservadas, ainda que ameaçadas pelo avanço da civilização ocidental. Nesse sentido, esse trabalho procura analisar a narrativa sobre a alteridade no livro de viagem Noa Noa – Viagem ao Taiti, do pintor francês Paul Gauguin, que nasce da sua experiência entre os maoris no Taiti, na segunda metade do século XIX, dentro de uma perspectiva de escrita etnográfica (CLIFFORD, 2014). A metodologia empregada consiste em análise do texto Noa Noa, observando a construção narrativa e os seus significados. O referencial teórico principal utilizado consiste em PRATT (1999), JUNQUEIRA (2011), TODOROV (2006), OLIVEIRA FILHO (1987) que discutem a viagem e seus relatos; sobre a modernidade BERMAN (2007); e para a escrita etnográfica CLIFFORD (2014); e sobre a alteridade HARTOG (1999). A conclusão que chegamos é a de que Paul Gauguin constrói no Noa Noa uma nova alteridade, que parte do referente dos taitianos que encontrou na sua viagem ao Taiti.; |