Resumo:
A adoção das Boas Práticas de Governança Corporativa pressupõe, antes de tudo, mecanismos e órgãos de controle eficientes, sem os quais seria incoerente iniciar a jornada de implantação de um efetivo Sistema de Governança. A empresa precisa conhecer a efetividade e confiabilidade que esses controles proporcionam e se estão compatíveis com o seu ciclo de vida. Neste contexto, o presente trabalho tem por objetivo geral identificar se o grau de amadurecimento dos mecanismos e órgãos de controle está alinhado com o estágio do ciclo de vida organizacional. O método adotado contemplou abordagem mista, com amostragem não probabilística e intencional cross-sectional, caracterizando-se quanto a sua natureza como pesquisa aplicada e os procedimentos técnicos incluíram questionário, adaptado de Necik (2008), com escala de Likert de sete pontos, em uma amostra de 27 empresas de capital fechado. Os dados apontaram que as empresas crescem, evoluem em seu estágio de ciclo de vida e os controles nem sempre acompanham essa evolução, como indicaram os resultados apresentados, pois 74,1% das empresas analisadas apresentaram controles inferiores ao seu estágio do ciclo de vida. Análises adicionais indicaram que a relação entre o estágio de ciclo de vida e grau de amadurecimento dos controles também não tem interferência direta com o tamanho da empresa, idade, receita líquida, enquadramento tributário, número de funcionários, natureza jurídica e atividade empresarial. Por outro lado, um fator que melhorou essa relação foi a empresa possuir Auditoria Externa, nem todas as empresas auditadas tem controles compatíveis com o seu estágio do ciclo de vida, mas todas as empresas que apresentaram controles compatíveis ou superiores ao seu estágio de ciclo de vida são auditadas. Essa constatação demonstra o importante papel da Auditoria na busca da melhoria contínua dos mecanismos e órgãos de controle nas empresas. Todavia, a grande barreira que precisa ser vencida está em assimilar que a governança não é um selo externo que pode ser obtido e que cobrirá a empresa como um manto. É exatamente o contrário, há um caminho longo a percorrer e o primeiro passo terá que ser dado sempre internamente.