Resumo:
Dentre o nexo de contratos que compõe a empresa, é possível vislumbrar com bastante frequência os chamados contratos de agência, nos quais há a presença de um principal, o qual confia ao agente a execução de determinado serviço em seu nome, que implique na delegação de algum poder de decisão. No caso das empresas familiares, é possível observar este tipo de contrato nas relações dos sócios entre si, bem como entre sócios e gestores, quando a um destes é delegada a função de deliberar sobre o negócio em nome do outro. Ocorre que, em decorrência da incompletude destes contratos, bem como do fato de os agentes serem imperfeitos, existem conflitos de interesses inerentes a estas relações, haja vista que o agente poderá buscar atender aos seus próprios interesses e não aos do principal. Os mecanismos de governança corporativa surgem na literatura como ferramenta apta a alcançar a mitigação destes conflitos de agência. Desta feita, o presente estudo busca averiguar, através da análise de duas empresas familiares que passaram por processos de implementação destes mecanismos, quais foram os impactos percebidos no que tange as relações de agência, sob a perspectiva dos sócios.