Resumo:
Esta Tese tem por objetivo compreender o que era a Nueva Escuela Histórica e sua relação com o contexto histórico e institucional argentino compreendido entre os anos de 1910 e 1960, que abarca o Centenário e o Sesquicentenário da Revolução de Maio de 1810, levando em consideração a construção de estratégias político-institucionais de estabelecimento de padrões de epistemologia histórica e de representação do passado argentino a partir das trajetórias de Ricardo Levene e Guillermo Furlong SJ. A análise parte do grupo de historiadores que, na Argentina das primeiras décadas do século XX, estabeleceu um modo de fazer história, que seria considerado, nas décadas posteriores, uma referência em relação à epistemologia científica. Aborda-se, assim, a formação da Nueva Escuela Histórica enquanto grupo – no período compreendido entre 1911 e 1916 – na Sección de Historia/Instituto de Investigaciones Históricas da Facultad de Filosofía y Letras da Universidad de Buenos Aires, os vínculos que foram construídos, ao longo dos anos, entre homens como Emilio Ravigani, Ricardo Levene, Luis María Torres, Rómulo Carbia e Diego Luis Molinari, bem como os projetos – individuais ou coletivos – que eles tenham apresentado e desenvolvido. As trajetórias de Levene e Furlong são isoladas com o propósito de discutir tanto a forma como ambos construíram suas carreiras, como para compreender os limites da Nueva Escuela Histórica enquanto grupo. Também nos detemos nas produções – compreendendo o ano de 1910, que marca as comemorações do Centenário da Revolução de Maio, e 1960, o ano do Sesquicentenário do mesmo fato histórico – de ambos os historiadores, devido à sua participação em uma série de publicações e celebrações de eventos pátrios. Esses projetos acabaram, em determinados momentos, por reunir, novamente, os membros da Nueva Escuela Histórica e, também, por construir narrativas sobre o passado da nação argentina, em contextos nos quais as versões adquiriram significados específicos.