Resumo:
A tese estuda sítios arqueológicos a céu aberto da tradição lítica Umbu no vale do rio Pardo, afluente do rio Jacuí, no centro do Rio Grande do Sul, buscando entender seu padrão e seu sistema de assentamento. Usa como amostra 14 sítios localizados ao longo da rodovia RS/471, a qual inicia na planície do rio Pardo, sobe a Encosta da Serra e segue pelo Planalto, cobrindo várias altitudes e ambientes. Os sítios foram levantados pelo CEPA/UNISC por ocasião da construção da rodovia e os materiais classificados de acordo com o Manual de Classificação de Annette Laming-Emperaire. Para minha tese fui autorizada a usar a documentação e a classificação do material desse trabalho. Olhando a implantação dos sítios individuais, seu tamanho, quantidade e distribuição dos materiais foi possível distinguir sítios de produção intensiva, sítios de produção média e sítios de ocupação ocasional. Para explicação da diferença pareceram importantes, à primeira vista, a implantação no ambiente, a disponibilidade teórica total de seus recursos e sua distribuição pelas estações do ano. Para conformar o sistema de assentamento, incorporando as diferentes classes de sítios, trabalhou-se com a hipótese de se tratar de grupo (s) pequeno (s), composto (s) por poucas famílias associadas, que se movimentavam num espaço delimitado ao longo da Encosta do Planalto, resultando o tamanho do sítio predominantemente da quantidade de vezes que ele foi ocupado; a distribuição do material dentro do sítio da dispersão natural dos acampados e de seus locais de atividade. A primeira hipótese não quer excluir a possibilidade de que os maiores sítios do vale também tenham reunido simultaneamente maior número de famílias, dando oportunidade para festas, trocas e combinação de casamentos.