Resumo:
Diversos estudiosos têm se dedicado a discutir o tema inovação. Schumpeter (1997) foi um dos pioneiros na abordagem desta temática e publicou a primeira edição de seu clássico livro Teoria do Desenvolvimento Econômico em 1912. A partir de então, outros estudiosos começaram a investigar de forma mais profunda a inovação e suas implicações de mercado. Em comparação com as teorias da inovação, as publicações vinculadas à utilização de métodos e recursos do design no processo de inovação são bem mais recentes e, conforme Cross (2001), uma conferência sobre métodos de design, que aconteceu em Londres no ano de 1962, caracterizou-se como um marco de inserção dessa temática como campo de pesquisa. Desse modo, o foco desta dissertação é identificar as barreiras e os facilitadores da inovação orientada pelo design e, para tanto, explora o universo de quatro empresas presentes no ranking das mais inovadoras por meio de pesquisas qualitativas. Ao longo do percurso metodológico emergiram questões sobre os processos de inovação utilizados, o papel dos métodos de design e dos próprios designers de formação no processo de inovação. Os resultados obtidos demonstram que há convergência teórica em relação aos processos de inovação utilizados e as teorias de inovação orientada pelo design e que as barreiras e os facilitadores da inovação derivam do contexto de cada organização, que é singular. No entanto, aspectos ligados a limitação de recursos financeiros para inovação, aliados à cultura local e a uma mentalidade conservadora e avessa ao risco apareceram como principais barreiras a inovação. Assim sendo implementar estratégias relacionadas ao desenvolvimento de uma cultura interna mais aberta à inventividade e à experimentação disciplinada de novas hipóteses relacionadas ao negócio, além do estabelecimento de um orçamento adequado ao momento da empresa e específico para a área de inovação podem representar facilitadores que melhorem e acelerem os resultados de inovação.