Resumo:
Esta dissertação apresenta um estudo sobre a formação de professores e a relação ensino-pesquisa-docência, em uma escola da rede particular do estado de São Paulo. O problema central investigado foi: “como a relação ensino-pesquisa está ou pode estar presente na escola e como criar condições de possibilidade para ampliá-la?”. Para tal, o trabalho foi dividido em cinco capítulos que abordam: a relação entre a trajetória profissional da autora e suas inquietações; o levantamento de pesquisas realizadas sobre o assunto, as quais se aproximam ou se afastam do objeto de pesquisa investigado; os caminhos metodológicos, tendo no grupo focal um espaço de coleta de dados empíricos e um espaço de formação continuada das docentes participantes da pesquisa; a profissionalidade docente, a partir das discussões sobre o histórico da (des)profissionalização docente, a feminização do magistério e os saberes da docência; as análises realizadas a partir do material produzido no grupo focal; e a apresentação do produto final do Mestrado Profissional. O material empírico da dissertação foi estudado a partir de quatro categorias de análise. São elas: formação de professores, feminização do magistério, práticas docentes e o professor-pesquisador. O produto final consiste na construção de um ateliê de (re)construção de práticas docentes. Todas as inquietações, pesquisas e problematizações da autora dialogaram com teóricos que se preocupam com a formação de professores, como Antonio Nóvoa (1992, 2001 2002, 2009, 2017), Sandra Mara Corazza (1997 e 2011), Bernadete Gatti (2005), Selma Garrido Pimenta (1996), Menga Lüdke (2001) e Maurice Tardif (2014); bem como com outros autores que se dedicam a estudar o histórico da profissionalização docente, a feminização do magistério e os discursos existentes na sala de aula, entre eles: Jane Soares de Almeida (1998), Marília Pinto de Carvalho (1999), Marisa Vorraber Costa (2006), Guacira Lopes Louro (1997) e Alfredo Veiga-Neto (2017). Por fim, com os encontros de grupo focal, espera-se contribuir para que as professoras que fizeram parte deste estudo percebam a escola como um lugar de formação e que vejam a pesquisa como forma de construir o conhecimento, de rever e reconstruir práticas, de interrogar sua profissionalidade, de relacionar teoria e prática e de analisar criticamente a realidade, além de discutir como as práticas de cuidado são vistas, como cuidado e feminilidade estão articulados e como a maternagem está incorporada ao fazer pedagógico. Objetiva-se também possibilitar que a relação ensino-pesquisa possa reinventar novas significações, novas movimentações e encontros dos sujeitos e do coletivo de sujeitos, balizando rotas que repensam e (re)constroem saberes, fazeres e sentires. Este trabalho também amplia significativamente meu conhecimento teórico, instigando-me a pensar em novas perguntas e questionamentos quanto à prática e aos saberes docentes, incitando-me a pesquisar mais sobre alguns aspectos que me causaram espanto e curiosidade, bem como a articular e estreitar ainda mais meu fazer pedagógico e minhas atividades diárias aos interesses da pesquisa.