Resumo:
A presente tese busca analisar o embate constante entre a coletividade dos educadores no Rio Grande do Sul e seu empregador, o Estado do Rio Grande do Sul, representado por seus governos. O recorte temporal escolhido se dá entre os anos 1979 e 1991, período de grande efervescência, greves de duração prolongada e consolidação de um perfil docente mais próximo à realidade dos trabalhadores e de suas práticas reivindicativas-sindicais. Tal narrativa parte da assembleia realizada no Clube Caixeiros Viajantes, em abril de 1979, e se encerra em maio de 1991, na conclusão da parede daquele ano. Tal período destacado foi marcado por um embate quase permanente entre os trabalhadores em educação e os governos do período, se constituindo na época de maior ascenso grevista da coletividade docente. Ao mesmo tempo, a ferramenta central da articulação de tais lutas, o CPERS -associação/sindicato fundado em 1945 – acompanhou este contexto de mutações e foi adaptado para responder aos embates estabelecidos.Entre as várias fontes aqui utilizadas, se destacam os registros de imprensa, as elaborações de grevistas e governos em materiais diversos de expressão pública, além de depoimentos de participantes daqueles eventos, bem como os discursos dos tribunos legislativos pertinentes para entender os aspectos aqui destacados. É pretendido, assim, refletir as contradições constituídas em tal período, compreendendo tais eventos como parte da mutação ocorrida na vida dos professores, especialmente a partir de meados da década de 1970. É pretendido que esta tese contribua na compreensão da temática destacada se localizando na área de estudos sobre o mundo do trabalho e na história da educação.