Resumo:
A pesquisa buscou conhecer, por meio de estudo de caso comparativo, processos de gestão educacional em sete unidades do Senac/RS, as quais compõem o campo empírico desta investigação, com o objetivo de identificar e analisar as práticas de gestão na perspectiva de gestão compartilhada e da inovação presentes no contexto da educação profissional. Foi definido como problema de pesquisa: quais conceitos e práticas caracterizam uma gestão compartilhada no contexto da educação profissional? A partir do problema apresentado, a pesquisa teve como objetivo a análise de dados com base na Análise de Conteúdo, sendo estabelecidas seis categorias: autonomia e compromisso, interação, tomada de decisões, papel do gestor, inovação e formação. O estudo das práticas de gestão relatadas nas entrevistas favoreceu a identificação de questões relacionadas à gestão compartilhada, implícitas na ação dos gestores, mas não referendadas por eles como um conceito específico. Foi possível observar que muitas das práticas desenvolvidas para a construção da autonomia estão relacionadas mais ao comprometimento com resultados (produto) do que com a tomada de decisões coletivas (processo), revelando certa fragmentação nas ações. Em relação à interação, um número significativo de gestores apresenta práticas sistematizadas que viabilizam a interatividade a partir da escuta, do diálogo e da partilha, assim como assumem efetivamente o acompanhamento do processo educacional como um todo, enquanto outro mantém práticas fragmentadas e hierarquizadas. Está expresso, nos depoimentos, o desejo de inovar, porém não há clareza sobre a forma de realizar a inovação para além das melhorias que já são aplicadas. Os gestores apontam a necessidade de programas mais específicos, voltados às necessidades que interferem na melhoria dos processos de gestão, o que o presente estudo pode oferecer em termos de elementos importantes para a problematização e ressignificação de espaços de formação continuada de gestores, tanto na perspectiva do compartilhamento de decisões como na direção da formação dos alunos enquanto sujeitos de direitos e não clientes ou mão de obra para o mercado. Autores como Heloísa Lück, Paulo Freire, Carlos Rodrigues Brandão, Vitor Paro, Terezinha Rios, Celso Vasconcelos e Monica Thurler, contribuíram para a construção do corpus teórico da pesquisa, a partir da revisão bibliográfica.