Resumo:
Esta dissertação tem como tema à implementação da política educacional do Rio Grande do Sul entre os anos 2011 e 2014. A partir deste tema, busquei identificar os fatores que conduzem, no contexto da prática, às resistências e ressignificações dadas à política educacional do Ensino Médio Politécnico. O campo empírico escolhido para a realização da investigação foram duas escolas de Ensino Médio da cidade de Farroupilha/RS, que apresentavam realidades sociais e econômicas diferentes. A metodologia utilizada nesta investigação foi a dialética, como modo de compreender a realidade como essencialmente contraditória e em permanente transformação. (Konder, 2008). No desenvolvimento da pesquisa, utilizei a Análise Documental e a Análise de Conteúdo, conforme Bardin (1977), tendo como base as análises de entrevistas, questionários e atas de reuniões pedagógicas. Como instrumento metodológico, utilizei o Ciclo de Políticas de Stephen Ball e Richard Bowe (apud Mainardes, 2006). A Politecnia proposta como política educacional do Rio Grande do Sul, prevê a formação de um sujeito que tenha domínio da técnica e dos saberes que constroem e compõem toda a técnica, diferentemente de uma concepção de educação que entende a preparação dos alunos para atender a demanda do mercado de trabalho, como requer o modelo neoliberal. Nos documentos oficiais da SEDUC-RS, identifiquei conceitos ligados à politecnia marxista. No contexto da prática, no entanto, alguns elementos foram ressignificados. As ressignificações aconteceram pelas falhas no processo de formação, pela resistência coletiva dos profissionais envolvidos e pelas dificuldades quanto à estrutura física e de pessoal nas escolas. Foram ressignificados a Avaliação Emancipatória, que não rompeu definitivamente com o processo excludente da avaliação escolar, e o Seminário Integrado, que acabou se tornando uma disciplina de metodologia de pesquisa, não cumprindo seu papel fundamental de promover a interdisciplinaridade. Os avanços são percebidos pelas contradições geradas pela política, as quais norteiam o debate, em um modelo alternativo ao capital.