Resumo:
O trabalho de orientar pedagogicamente professores, buscando uma melhor relação entre o ensinar e o aprender, tem requerido do profissional que atua nessa função uma grande demanda de trabalho que, muitas vezes, não lhe permite realizar sua função da maneira como efetivamente gostaria e percebe como essencial. Diante disso, o presente trabalho buscou identificar os desafios e as possibilidades enfrentadas no dia a dia por um grupo de orientadores pedagógicos que faz parte do Serviço de Orientação Pedagógica (SOP) do Colégio Catarinense, em Florianópolis, SC. Essa equipe é composta de cinco pessoas que orientam, em média, 20 professores cada um. O grupo de orientadores pedagógicos foi acompanhado em algumas reuniões e foram realizadas entrevistas individuais com a intenção de ouvi-los a fim de registrar e encaminhar sugestões de melhorias para o exercício profissional. Contribuíram para dar sustentação teórica a esta pesquisa: Alarcão, Arroyo, Freire, Hypólito, Luck, Morin, Nóvoa, Paro, Rios, Saviani e Tardif. A investigação constatou que os orientadores pedagógicos, mesmo não tendo formação inicial específica para o exercício da função, têm uma grande sensibilidade frente às demandas de seus professores, e percebem que há uma distância entre a prática de orientação pedagógica que exercem, na maioria das vezes, e aquela que desejam e é preconizada teoricamente. Reconhecem a especificidade de saberes para o exercício profissional e os limites de sua formação, procurando supri-los individualmente ou em iniciativas institucionais. Exercem ações que podem ser sintetizadas em: a) de apoio didático-pedagógico; b) de organização do trabalho pedagógico; c) de mediação entre diferente instâncias; e d) de impulsionador de projetos de ensino. Entretanto, as demandas burocráticas têm preenchido a maior parte do tempo dos orientadores, e a formação pedagógica, o cerne do trabalho, nem sempre tem sido possível na qualidade que almejam. Os professores confirmam a qualidade infraestrutural da instituição e apostam em seu potencial de abertura a mudanças. As leituras e as discussões empreendidas apontam que precisamos de um novo olhar sobre esse serviço no Colégio, aprimorando-o para que cada encontro entre professor e orientador seja um momento de estudo e reflexão partilhados acerca da prática pedagógica.