Resumo:
Nesta pesquisa, contextualizamos as políticas educacionais relacionadas com a avaliação em larga escala da qualidade da educação básica brasileira, demonstrando concretos reflexos do modo de produção capitalista, globalizante e neoliberal, em nossa educação. Investigamos, a partir da visão dos sujeitos da rede municipal escolar de Cachoeirinha-RS, as contradições existentes nas políticas educacionais relacionadas ao processo de avaliação em larga escala da qualidade da educação do município e de suas escolas municipais de ensino fundamental, em especial, nas séries finais das: E.M.E.F. Portugal, E.M.E.F. Carlos Antônio Wilkens e E.M.E.F. Getúlio Vargas. Realizamos uma pesquisa qualitativa, de naturezas dialética e histórico-crítica, expressa no materialismo histórico. Procedemos a um estudo de caso, no qual investigamos e categorizamos empiricamente a visão dos sujeitos da rede municipal escolar de Cachoeirinha/RS, através da análise de conteúdo e dos seguintes instrumentos de pesquisa: o das entrevistas semi-estruturadas com os gestores educacionais municipais e escolares e dos questionários mistos com os professores. Podemos confirmar nossa hipótese que afirma a existência de contradições como: entre as políticas educacionais nacionais de avaliação em larga escala da qualidade da educação escolar básica e as políticas educacionais municipais de avaliação da qualidade educacional do seu sistema escolar, nas séries finais do ensino fundamental; entre a teoria das políticas educacionais de avaliações em larga escala da qualidade educacional escolar com as práticas educativas avaliativas dos gestores municipais e escolares, e dos professores nas escolas municipais de ensino fundamental estudadas; entre a avaliação educacional das escolas praticada com base na busca da qualidade em todos os fatores do processo de ensino-aprendizagem dos alunos e a avaliação em larga escala da educação básica brasileira que tem a primazia da quantidade, dos produtos ou resultados escolares representados atualmente pelo IDEB. Estas contradições evidenciadas têm abrigo na perspectiva teórica positivista, ainda predominante na atual avaliação em larga escala da qualidade educacional brasileira, que corrobora para transformar os dados de medição quantitativos em elementos analíticos relevantes na visão sobre os sistemas escolares brasileiros, nacional, estadual e municipal.