Resumo:
A presente dissertação busca compreender os pressupostos conceituais que embasam projetos e ações de professores que visam, direta ou indiretamente, a superar as diversas violências presentes no cotidiano escolar e, dessa forma, refletir sobre como os autores percebem seu papel na construção de novos referenciais culturais baseados nos princípios de tolerância, não violência e respeito às diversidades e aos Direitos Humanos. O estudo tem natureza qualitativa e, através da análise de conteúdo, aprecia 83 relatos de experiências escritos por professores da rede municipal de Montenegro/RS. Faz uma interlocução mais direta com duas das experiências. As análises indicam que diferentes concepções de paz convivem nos discursos escolares, influenciando as diferentes maneiras que as escolas e seus docentes lidam com as violências em seu cotidiano. Algumas ignoram as violências por acharem que não é tarefa da escola (Silêncios), outras percebem a violência, mas não sabem como lidar com ela e acabam repetindo antigas fórmulas ordenadoras e disciplinadoras (Ecos) e, por fim, algumas percebem a violência e buscam soluções coletivas a longo prazo (Vozes). As instituições que construíram experiências de resistência à violência têm em comum um conjunto de procedimentos: desenvolvem atividades que aproximam os vínculos entre a escola e a comunidade; investem na consolidação de uma equipe unida e determinada; acreditam e investem na formação continuada de professores, através de um processo participativo e coletivo; realizam parcerias com outras instituições.