Resumo:
No contexto geral da imigração italiana no Rio Grande do Sul, há um conjunto de colônias de origem comum, no entanto, apresentam processos de desenvolvimento diferenciados. Na evidência dessas diferenças, discute-se a trajetória da Colônia Silveira Martins em que se busca refletir sobre o seu desenvolvimento, a partir de uma análise retrospectiva e documental de seus momentos mais significativos: a fragmentação, as emancipações e a integração. Nisso consiste, tanto a proposta como a relevância deste trabalho. Parte-se de uma situação socioeconômica desfavorável, motivada por um conjunto de razões que explicam o seu menor desenvolvimento e que iniciou com a sua fragmentação, quando se torna ex-Colônia Silveira Martins na virada do século XIX para o XX. Configura-se, a partir de meados do século XX, uma mobilização para emancipá-la política e administrativamente, inicialmente como um todo, conforme a pretensão do padre Luiz Sponchiado, que se revelou inviável. Posteriormente, consolidam-se as emancipações dos seus núcleos de modo individual, segundo o modelo de desenvolvimento das três colônias italianas da Serra Gaúcha. Uma vez superada esta fase, já a partir das últimas décadas do século XX, sob a inspiração e liderança de José Itaqui, instalam-se sucessivos projetos que têm a integração como uma nova alternativa de desenvolvimento, cuja ideia é o fortalecimento regional potencializado pelos recursos naturais, sociais e culturais, ressurgindo uma ressignificada Quarta Colônia.