Resumo:
As mudanças organizacionais e econômicas das últimas décadas, aceleradas pela globalização, provocaram um realinhamento estrutural na relação entre empresas, trabalhadores e instituições. Fatos como o aumento da concorrência e a incerteza dos mercados econômicos, fizeram com que as pequenas e médias empresas se alinhassem sob uma nova configuração. Assim, instituições e organizações empresariais como as pequenas e médias empresas (PMEs) sensíveis às mudanças do mercado, passaram a optar pela cooperação, unindo esforços e viabilizando melhorias para reduzir riscos e ameaças e aproveitar as oportunidades, tornando-se mais competitivas. Nesse cenário, inserem-se as organizações cooperativas. Semelhantes as PMEs, elas também buscam melhores resultados. Ambas encontram sustentação no associativismo, em torno de uma rede interorganizacional, uma forma de fortalecimento dos empreendimentos nos mais variados setores da economia. Um exemplo desta nova formatação de empreendimento está no Rio Grande do Sul, fomentado pelo Programa Redes de Cooperação do governo do estado. Neste sentido, esta pesquisa, através do método de estudo de caso e pesquisa qualitativa, investigou a Rede de Cooperação Dalacto, formada por cooperativas ligadas à Associação Gaúcha de Empreendimentos Lácteos AGEL, localizada na região noroeste do Estado do Rio Grande do Sul. As informações que sustentam a pesquisa foram coletadas através de entrevistas semiestruturadas e de documentos administrativos. A partir da análise, foi possível conhecer a formação estrutural e organizacional dessa Rede. Seu resultado mostrou que, assim como nas redes formadas pelas pequenas e médias empresas (PMEs), também na formação estrutural de rede intercooperativa, a Rede Dalacto, foram percebidos ganhos coletivos como: a) Ganhos de escala e poder de mercado; b) Acesso a soluções; c) Aprendizagem e inovação; d) Redução de custos e riscos; e, e) Relações sociais. Essa formação se constitui como elementos muito importantes para os pequenos produtores da agricultura familiar, não somente para sua sobrevivência, mas, também, para o desenvolvimento do setor lácteo na região.