Resumo:
O presente trabalho trata da participação do grupo conhecido como ervateiros na colonização da hinterlandia rio-grandense. Tem, como recorte temporal, a segunda metade do século XIX, e geográfico, o Vale do Rio Pardo, Rio Grande do Sul, Brasil. Interpretou-se esta participação dos ervateiros em meio a outros dois processos interligados no tempo e espaço: a colonização por imigrantes europeus e a mercantilização da terra a partir da Lei de Terras de 1850. Nesta abordagem foram utilizados como fontes, em sua maioria, documentos manuscritos produzidos pelos diretores de colonização, ofícios da Camara Municipal de Santa Cruz, ofícios da Delegacia de Polícia de Rio Pardo e processos de legitimação de terras. Complementares a estes, encontramos o uso de relatórios provinciais e relatos de viajantes. Na abordagem levou-se em conta problematizações relacionadas à história agrária, ambiental, econômica e cultural para responder às seguintes questões: como e por quem era produzida a erva-mate durante a segunda metade do século XIX na serra do Vale do Rio Pardo? Complementares a esta: I) quais eram as relações estabelecidas dentro do meio ambiente dos ervais? e II) como desenvolveu-se a economia em torno desta produção?