Resumo:
O presente trabalho tem como foco o processo da negociação coletiva na área do ensino privado gaúcho, mais precisamente entre o Sindicato dos Estabelecimentos do Ensino Privado no Estado do Rio Grande do Sul (SINEPE/RS) e o Sindicato dos Professores do Rio Grande do Sul (SINPRORS), no período de 2004 a 2013. Como material empírico, utiliza documentos e demais registros arquivados no SINEPE, além das memórias do autor, tendo em vista seu protagonismo ao longo do recorte temporal aqui analisado. A partir do contexto social e político mais amplo e, considerando o cenário e as demandas específicas de cada período de negociação, são verificados os processos de negociação, com seus tensionamentos e acordos, em outras palavras, os modos de gestão efetivados. No processo analítico foram selecionadas algumas unidades de análise: Tempo de Duração da Negociação; Respeito às Diferenças e Processo Democrático. Valendo-se de referenciais teóricos que tratam do tema, com especial destaque para as ideias de Clea Macagnan, desdobram-se considerações acerca do preparo e papel dos negociadores, da competência e da liderança bem como dos necessários cuidados frente às demandas políticas e às relações de poder. Entre as considerações finais, salienta-se a complexidade do processo de negociação, bem como, a importância de uma liderança que atue na perspectiva democrática, sendo a questão nuclear a credibilidade da liderança na condução do processo.