Resumo:
Essa dissertação de mestrado consiste no estudo do percurso das interações de professores no contexto de uma Escola Estadual de Ensino Fundamental localizada no município de Sapucaia do Sul/RS e que tem participado de programas de inclusão digital. Os sujeitos da pesquisa foram professores que atuam na escola desde o momento em que as tecnologias digitais passaram a fazer parte do cotidiano da escola, mais especificamente, desde que a escola passou a participar de programa de inclusão digital na modalidade 1:1 – um computador por aluno e professor. O dinamismo das interações nesse contexto e seus percursos foram investigados a partir da passagem e da convivência entre mídias analógicas e digitais, identificadas nessa pesquisa como: pré-digital e digital. A metodologia de pesquisa utilizada foi a cartográfica, o que me possibilitou a saída da condição de observadora para participante, juntamente com os professores, na investigação de pistas dos percursos das interações. Como aporte teórico, a pesquisa foi fundamentada a partir dos autores Maturana e Varela justamente para fazer a relação dos acoplamentos estruturais de terceira ordem e o caminho biológico de todos os processos de interação. Esses autores me possibilitaram um olhar de como a escola e os professores se relacionam com o dinamismo das trocas. O momento pré-digital, na visão do professor, é compreendido como uma sobreposição do momento digital. A pesquisa transformou a realidade dos professores com relação às interações a partir das reflexões e da atenção aos espaços da escola tanto no digital quanto no pré-digital. A partir de oficina e cartografia dos percursos das interações na escola com os professores é que surgiram os resultados deste estudo. Para tanto, foram utilizados dois critérios para que os resultados da pesquisa fossem percebidos: as interações que se transformaram frente ao digital e as que se conservaram no pré-digital. A partir desses dois critérios é que foi percebido que alguns percursos cartografados pelos professores tanto no pré-digital quanto no digital não se caracterizam como processos vitais, pois eles não atribuem uma continuidade no compartilhamento de ideias e trocas entre eles.