Resumo:
O presente trabalho reconstitui o processo de formação do projeto missionário jesuítico para o Maranhão português da segunda metade do século XVII. Trajetória tomada em sua dinâmica própria, isto é, na tensão entre a continuidade e a descontinuidade de seu ser processo. Em outra forma, a presença jesuítica considerada e justificada no trânsito entre as suas principais determinantes: a experiência de missionariedade e as categorias de pensamento pelas quais aquela tomou forma. Este estudo preocupa-se com as circunstâncias da atividade jesuítica na Amazônia seiscentista, nas quais a realidade da Colônia foi experimentada segundo o sistema do pensamento escolástico ibérico, do qual os jesuítas eram os principais representantes. Esta processualidade aparece na análise de dois momentos distintos e complementares da História da Missão jesuítica no norte da América portuguesa: na transição entre a fase fundacional e a fase denominada de expansão, período no qual se destacou a intervenção conflituosa do Padre Antônio Vieira na constante defesa da liberdade dos índios e, posteriormente, na análise da transição do período vieirino à fase de consolidação, obtida pela reestruturação organizacional da Missão e adoção de uma posição conciliatória da parte do Padre João Felipe Bettendorff junto aos colonos portugueses.