Resumo:
Este é um trabalho que tem por mote estudar as redes sociais firmadas pelo estancieiro Randolpho José da Silva Pereira, dentro da região do Vale do Jaguari, entre meados do século XIX até o princípio do século XX, enquanto estratégias familiares de uma camada social intermediária, que na busca de reconhecimento e segurança econômica configurou laços e vínculos de caráter horizontal e vertical. Nesse sentido, a prática social do compadrio adquire papel de relevo enquanto mecanismo de estabelecimento de alianças que envolviam relações de reciprocidade, graça da dádiva, configurando interesses, entre outros, de ordem econômica e política. Concomitantemente, esta narrativa não ambiciona ficar circunscrita a um personagem, na medida em que a trajetória de vida de Randolpho será tratada como pretexto para o entendimento do tecido social no qual ele estava inserido, tendo em vista que outros sujeitos históricos também faziam parte do tramado. Buscando analisar o papel e a importância que diferentes tipos de redes tiveram no processo de notabilização obtido pelos Silva Pereira. Notoriedade essa percebida principalmente no que diz respeito à memória local e em torno de uma produção historiográfica que versa sobre a família em estudo.