Resumo:
Esta tese objetiva analisar a participação dos idosos na definição das políticas públicas pós Constituição Federal de 1988 e como se processa a atuação nas novas propostas de políticas e espaços de sociabilidade. Isso tudo baseado nas diversas sociabilidades que se fazem presentes no contexto do envelhecimento populacional. O olhar analítico foi orientado, principalmente, pelo conceito de "sociação" formulado por George Simmel, pelo conceito de "representações sociais", desenvolvido por Serge Moscovici, e pela formulação "tribos urbanas" de Michel Maffesoli. Para tanto, optou-se pela pesquisa qualitativa com orientação analítico-descritiva, mediante amostra por conveniência e entrevistas semiestruturadas com 30 idosos de idades entre 65 e 76 anos, residentes na cidade de Santa Maria, Rio Grande do Sul, Brasil. Os sujeitos da pesquisa são idosos pertencentes a grupos de convivência; idosos dirigentes de entidades representativas da velhice; idosos participantes de espaços culturais e locais públicos que se encontram ritualisticamente e idosos escolhidos aleatoriamente. Nesse sentido, identifica-se a ausência quase completa dos próprios idosos em meio às ações que visam promover a sua cidadania. Em contrapartida, as entidades representativas tendem a acumular maior capital social e adquirem maior confiança dos idosos que, muitas vezes se subtraem de estar à frente dos movimentos. Não obstante, os idosos, participantes de espaços culturais e dos grupos de convivência, ressignificam suas vidas e possuem traços que se considera como característicos das novas "tribos" da contemporaneidade. Face às sociabilidades, o voluntariado assume grande relevância entre eles, logo, buscam reconstituir-se enquanto novos sujeitos e assumem o protagonismo em suas vidas. Assim sendo, percebe-se que a construção homogênea de "ser idoso", parece perder força enquanto categoria explicativa, visto a heterogeneidade e a pluralidade do processo do envelhecer e, assim, uma "desmodelização" da velhice, a partir do significado construído pelo idoso, do seu próprio cotidiano. Diante disso, sugere-se a denominação "sênior" para os idosos do século XXI.