Resumo:
Este trabalho investiga a trajetória histórica das Sociedades Portuguesas de Beneficência, entre os anos de 1854 e 1910, nas cidades de Porto Alegre, Rio Grande, Pelotas e Bagé, situadas no extremo sul do Brasil, sua importância como estabelecimentos de assistência hospitalar criados por imigrantes portugueses a partir do modelo institucional da Misericórdia em Portugal, e como construtoras de uma identidade lusa. A pesquisa abordou as relações existentes entre a assistência desempenhada pelas Instituições e a formação de elites locais, evidenciando como o trabalho assistencial, através de funções de “solidariedade”, troca de presentes com instituições e entidades, foi favorecedor de visibilidade social. Dentro de uma interpretação dualista da caridade, ora guiada pelos princípios da fé cristã, representação do ideário da Igreja Católica, ora pelas relações de poder, esta investigação mostrou a representação nas Sociedades de Beneficência como suportes de grupos desejosos de auto-afirmação. Nesse sentido, uti