Resumo:
O intenso processo migratório brasileiro campo-cidade, visto nos anos 30-40, desencadeou impactos profundos no seio das relações sociais e cotidianas da cidade de Cachoeira do Sul (RS), alterando a convivência diária entre a elite moradora do espaço central que, de certa forma, cultuavam carisma grupal distintivo, cerrando fileiras e estigmatizando os não pertencentes ao grupo, os “outsiders”, migrantes “subalternos” ou todos aqueles que viviam do “lado de fora”. Nesta tese, busquei a dinâmica desta mudança no dia-a-dia da elite cachoeirense, considerando as transformações da diferenciação social praticada por esse grupo, procurei ver os estigmas que a elite lançava sobre os forasteiros, como se constituía a sociodinâmica dessa estigmatização, principalmente através das páginas do Jornal do Povo (JP), porta-voz da elite. Tentei compreender como o espaço urbano central da sede do município constituiu-se em campo de enfrentamento das forças simbólicas locais, no momento em que abrigou ou excluiu os habitantes d