Resumo:
Esta dissertação tem como tema a constituição da subjetividade e ação ética no pensamento de Emmanuel Levinas. Seu objetivo é investigar a constituição da identidade do eu segundo a obra de Levinas. A hipótese que defendemos é que, segundo Levinas, a identidade do sujeito não se anula na acolhida responsável do outro, mas se constrói sempre como referência necessária na relação com o outro, relação que se torna sempre uma interpelação ética. A alteridade é um convite-demanda para sair de si, para se transcender na responsabilidade pelo outro.
O primeiro capítulo mostra que o eu se constitui como uma identidade fechada quando considerado meramente na sua relação com o mundo. O eu, na sua relação com o mundo, não tem um ponto fixo, nem um lugar definido para onde retornar; é um ser peregrino no mundo. O segundo capítulo aborda de forma especial o tema do tempo. Em Lévinas o tempo é diacrônico, isso indica que ele não é uma mera sucessão de acontecimentos pontuais. Essa experiência inédita de uma temporalidade