Resumo:
A colonização alemã na Serra dos Tapes, iniciada em 1858, a partir da sociedade entre Jacob Rheingantz e José Antônio de Oliveira Guimarães, não ocorreu de forma pacífica, patriarcal e paradisíaca. Esta premissa opõe-se ao posicionamento laudatório e pouco crítico da história oficial de São Lourenço do Sul sobre a colonização na região, especialmente no que tange à representação sobre Jacob Rheingantz. Através da recuperação de memórias não-oficiais e de documentos esquecidos, a dissertação traz à tona fatos que foram apagados da história, para que um herói fosse criado. A importância do homem, respaldado por escritores e pelo poder estabelecido local, através de diversas homenagens, transformaram Rheingantz em um modelo formador de condutas. Percebe-se no esquecimento proposital e no enaltecimento incondicional, uma intenção de manipulação do presente e de manutenção do status quo. A população, bombardeada por uma série de informações que atestam a grandiosidade do mito - seja nas escolas, nos livros ou nas