Resumo:
Esta tese de doutorado em Saúde Coletiva do Programa de Pós-Graduação em Saúde Coletiva da Universidade do Vale do Rio dos Sinos – UNISINOS – teve como objetivo avaliar os indicadores prognósticos em pacientes críticos com infecção pelo SARS-CoV-2, internados em Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Hospital Virvi Ramos em Caxias do Sul/RS, e que foram submetidos ou não a tratamento com plasma convalescente para covid-19 (PCC). Além disso, também foi feita uma análise de sobrevivência. Esta tese é composta por dois artigos. O primeiro faz uma mini-revisão sobre o uso precoce do plasma convalescente para covid-19 como um potencial tratamento de baixo custo em pacientes de grupos de risco, sobretudo em países com pouco acesso a terapias antivirais e às vacinas. O segundo artigo é um estudo de coorte retrospectivo, pareado por escore de propensão de pacientes hospitalizados em UTI por covid-19 grave que receberam transfusão de PCC mais tratamento padrão, comparados com controles que receberam apenas tratamento padrão. O desfecho primário foi a mortalidade em 30 dias após admissão hospitalar na UTI. Um total de 124 pacientes (62 em cada grupo) foi incluído. A mediana de idade para toda a série foi de 66 anos (IQR: 55-73), e 89 (55,6%) eram homens. A mediana de tempo entre início dos sintomas até o PCC foi de 10 dias (IQR: 8-13 dias). No total, 51 (41,1%) morreram dentro de 30 dias após a internação. A transfusão de PCC não foi independentemente associada a menor ocorrência de mortalidade em 30 dias (OR: 0,52, IC 95%: 0,23–1,16; p = 0,11) e também não teve impacto sobre a evolução para ventilação mecânica nem no tempo da mesma.